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09 dezembro 2006
Ronaldo Brito e os Natais de antigamente
Em sua coluna Entremez, na revista Continente Multicultural de dezembro, Ronaldo Correia de Brito comenta os festejos natalinos de sua infância, vivida no Araripe cearense. Veja um trecho:
Eram tão simples as celebrações natalinas da minha infância, pobrezinhas como o Cristo que louvavam. Nada do corre-corre de hoje, das compras e presentes caros, ceias e bebedeiras. Minha avó paterna, Maria de Caldas, batia ovos numa tigela de barro, para os pães-de-ló de goma. Arrumava-os numa mesa com toalha de linho, e esperava a visita dos afilhados. Eles chegavam de noite para pedir a bênção, e recebiam um presente modesto, quase sempre sabonetes embrulhados em papel de seda ou dinheiro dentro de um envelope. Comiam pão-de-ló, bebiam aluá de abacaxi, sentavam, conversavam. Os bolos de goma de Maria de Caldas eram dádivas ao Menino Deus.
Dona Dália do Boqueirão, minha avó materna, nunca se esmerou na arte culinária. Seu presente para os netos era um pequeno presépio com as figuras confeccionadas por ela mesma, com a lã da ciumeira, que parece algodão. Ela fazia carneiros, bois, camelos, burrinhos, anjos e pastores, tudo com a lã sedosa e esvoaçante. O voar da pluma emprestava às figuras uma natureza celestial e etérea. Eu imaginava que os bichinhos fugiriam pelas portas e janelas da casa de minha avó, na noite de Natal, para uma festa no céu.
Clique aqui para ler a crônica na íntegra: http://www.continentemulticultural.com.br/
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