Sobre a nossa mesa de trabalho vão se avolumando mensagens alusivas ao Natal e à passagem de ano. Algumas são meramente formais, enviadas por autoridades que se sentem no dever institucional de cumprimentar o vice-prefeito da cidade. A maioria – e são muitas – traduz atenção, amizade, solidariedade. São recebidas como um afago.
Há companheiros que ainda resistem ao clima festivo e fraternal desses dias. Suspeitam que tudo não passa de exploração em favor das vendas no comércio, coisa do capitalismo! Ou, pior ainda, imaginam que a condição de revolucionário os exime de compartilhar com o nosso povo sentimentos que consideram efêmeros e superficiais. Podem até ser, para muita gente, superficiais e efêmeros. Mas quando afloram fazem bem à alma.
Enviar e receber cartões é um velho e prazeroso hábito cultivado em nossa família. Daqui não sai um cartão sequer que não seja assinado de próprio punho, sem que por um minuto que seja não venha à mente a recordação de algo vivido e compartilhado com o destinatário ou destinatária. Porque - e esse é outro detalhe - não vale o uso indiscriminado de listas de endereços, a mala-direta tipo “arrastão”, que não raro constrange ao desconhecido que recebe a correspondência. De jeito nenhum. Nossos cartões são destinados a pessoas com as quais mantivemos algum contato, inclusive do lado oposto na luta política.
Pois bem, Natal e Ano Novo são sempre um momento agradável. Ainda quando, no íntimo, tenham se acumulado frustrações, sonhos interrompidos ou adiados. Porque o que mais importa é o sonho curtido coletivamente, que faz da existência antes de tudo um prazer, uma permanente reinvenção da esperança.
Você há de concordar, mesmo se lhe ocorrer que as coisas não andam a contento no plano pessoal, que há motivos, sim, para otimismo e alegria nesses dias terminais de dezembro de 2006. O povo brasileiro venceu as eleições de outubro. Descortina-se no horizonte a demarragem da economia com melhor distribuição de renda e ampliação das oportunidades de trabalho. Os rumos do país são postos no centro do debate – e mais e mais gente quer tomar parte nas discussões. A unidade dos que desejam mudar tende a se fortalecer, o entusiasmo e a autoconfiança do povo também.
Pode um combatente da causa da liberdade e da fartura se sentir infeliz num momento como esse? Claro que não. Então aceite um abraço afetuoso, tenha ótimas festas e inicie 2007 deixando que a esperança abra as asas sobre nós.
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