06 dezembro 2006

Unidade em torno de idéias, 44 anos depois

No Blog do JC: De Jamildo Melo - Acabei de publicar na seção Artigos, na coluna ao lado, a análise do vice-prefeito do Recife e colaborador freqüente do Blog, Luciano Siqueira (PCdoB), sobre o governo de coalizão proposto pelo presidente Lula (PT). Luciano também critica a oposição conservadora e "parte substancial da mídia", que, segundo ele, "procuram desqualificar a iniciativa do presidente". Abaixo, alguns trechos do texto. Boa leitura.

Celso Furtado, Lula e o governo de coalizão
Por Luciano Siqueira, Vice-prefeito do Recife

Em A Fantasia Desfeita (Paz e Terra, 3ª edição, 1999), Celso Furtado registra sua frustração face a indiferença com que as principais lideranças políticas alinhadas com Jango, em 1962, receberam um Programa Mínimo, por ele redigido, a pedido do presidente, para dar conteúdo à ampla frente que se formava com o fim de restabelecer o presidencialismo. "Os líderes progressistas faziam um jogo pessoal, preocupados cada um em ampliar a área própria de influência", escreveu. E cita alguns destes lideres, entre os quais San Tiago Dantas, Magalhães Pinto e Leonel Brizola.

Agora, quarenta e quatro anos depois, um texto semelhante ao apresentado por Celso Furtado - a Agenda Mínima para um Governo de Coalizão - serve de base às negociações do presidente Lula com os partidos que se dispõem a apoiá-lo no segundo mandato.

Nada mais saudável, num país em que não raro a composição de equipes de governo se faz despida de maiores considerações programáticas. No entanto, a oposição conservadora e parte substancial da mídia, procuram desqualificar a iniciativa do presidente. A Folha de S.Paulo, por exemplo, em editorial publicado domingo último, critica em tom sarcástico o entendimento celebrado com o PMDB: "Poucas vezes a fisiologia e a circunstância se cobriram de tamanha pompa e teatralidade como na cerimônia que formalizou o apoio do PMDB ao governo Lula, realizada em Brasília na quinta-feira passada. Algumas frases pronunciadas nesse encontro mereceriam constar de uma antologia, ainda a ser feita, do talento brasileiro para o circunlóquio bacharelesco e para os artifícios da cosmética política."

Leia aqui a íntegra do texto: http://jc.uol.com.br/blogs/eleicoes/2006/12/06/not_3901.php

Um comentário:

Anônimo disse...

Luciano: Você tem toda razão. A imprensa cobra acordos sobre a base das idéias. Quando Lula e os partidos aliados discutem idéias, a mesma imprensa leva na galhofa. Nesse caso, claro que tem também muito preconceito contra o presidente Lula. Valeu. Conte sempre com o meu apoio.
Rinaldo