03 fevereiro 2007

PT e PCdoB: unidos, porém diferentes

No Jornal do Commercio/coluna Pinga-Fogo de hoje, Sheila Borges: Como bem assinalou Luciano Siqueira, o PT historicamente sempre gostou de ser apoiado mas tem dificuldade para celebrar alianças que o deixem em pé de igualdade com os seus parceiros. O deputado Aldo Rebelo teve um notável desempenho na presidência da Câmara Federal, administrando mais a crise do que os negócios internos da Casa, segundo ele próprio, tinha todas as condições políticas para permanecer no cargo pelos próximos dois anos, porém foi atropelado pelo PT paulista, através da candidatura de Arlindo Chinaglia, que não se contenta apenas com a presença de Lula na presidência da República. Quer 60% dos ministérios e, se possível, a maioria das empresas estatais.

Para tentar desqualificar Aldo, cuja serenidade e equilíbrio estão expressos no seu rosto e voz, o PT chegou a alardear que ele não era leal ao governo porque tinha o apoio declarado do PFL. Gustavo Fruet, por sua vez, insinuava em suas entrevistas que Aldo seria uma espécie de “pau mandado” do Palácio do Planalto.

A ambos, Aldo respondeu com elegância. “Não quero crer que lealdade não seja uma virtude”, disse ele, lembrando que seu partido apoiou Lula em oito campanhas presidenciais (incluindo os segundos turnos).

Sobre a não dependência do PCdoB em relação ao PT, citou apenas dois episódios da história recente do país em que ambos divergiram e não marcharam juntos: a eleição de Tancredo pelo colégio eleitoral e a assinatura da Carta de 88.

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