No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Questão de sobrevivência
O ano de 2009 será muito importante para o Brasil sob vários ângulos. Na área econômica o país será submetido à dura prova de navegar nas águas revoltas da crise econômica global sem soçobrar. Não é uma tarefa fácil, mas o país detém bons fundamentos conquistados nesses últimos seis anos.
A verdade é que a resposta a muitos males que nos assolam com grande intensidade passa inevitavelmente pelo avanço contínuo dos indicadores econômicos. Não há outra saída e não existem soluções milagrosas, retiradas de uma cartola como um mágico faz com um coelho.
Só será possível fazer a nação vencer os terríveis obstáculos ao seu pleno desenvolvimento se houver um demorado ciclo de crescimento econômico. Todas as plataformas das variadas agremiações políticas brasileiras partem do pressuposto da ascensão econômica, com exceção dos sectários de todos os matizes ideológicos.
Nenhum país consegue alcançar um estágio elevado de dignidade nacional patinando na pobreza ou em imensas discrepâncias regionais e sociais.
Como a pobreza é a mãe de todas as chagas que padecemos, uma delas tem levado os brasileiros à condição de vítimas com data marcada. É a criminalidade em todas as latitudes. Não se trata simplesmente de um gravíssimo problema policial. Transforma-se em um sério problema do Estado nacional e dos regionais.
É o caso, por exemplo, de Satuba, pequeno, mas estratégico município alagoano, inclusive detentor de royalties da Petrobrás, onde a violência atingiu a governabilidade, a própria sobrevivência institucional. Ameaçando contaminar vários outros municípios de Alagoas na medida em que começam os primeiros ensaios às eleições gerais de 2010, quando serão eleitos deputados estaduais, federais, senadores e governadores.
Nas décadas de 70 e 80 passadas, a vizinha Colômbia foi vítima do assalto dos narcotraficantes que aprisionou o aparelho de Estado, transformando todo o povo em refém de um novo poder econômico, que quase construiu a sua própria legalidade constitucional, engoliu as atividades produtivas e contaminou as organizações da sociedade.
A cidade do Rio de Janeiro, patrimônio do Brasil, vive uma tragédia com capítulos diários, uma novela de terror, vítima da criminalidade e do narcotráfico. O combate a essa “criminalidade global”, que se espalha por todas as atividades ilícitas, tenta cercar as estruturas de poder, é uma questão de sobrevivência do Estado brasileiro e de toda a federação.
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