28 janeiro 2009

Meu artigo de toda quarta-feira no Blog de Jamildo (JC Online)

Situação versus oposição na Câmara Municipal do Recife
Luciano Siqueira

Segunda feira próxima de iniciam os trabalhos legislativos em todos os 5.564 municípios brasileiros. Em boa parte deles sob a expectativa de confronto entre as bancadas governista e a da oposição.

O Recife é um desses casos - a despeito da larga maioria inicialmente constituída em apoio ao governo e da consequente limitação numérica dos que se situam na oposição. A correlação de forças, nitidamente desigual, não impede o confronto de idéias e proposições.

O autor dessas linhas, como se sabe, tomará parte da cena como representante do PCdoB (e líder da bancada comunista) e, portanto, integrante da base governista. Terá, assim, uma irrecusável tarefa a cumprir – e pretende cumpri-la inspirado no mais elevado espírito democrático.

Não poderá ser diferente. O debate é necessário. A cidade, em permanente construção, reclama a consolidação do que lhe faz bem e a adoção de políticas públicas e ações que lhe permitam superar contradições, insuficiências e precariedades. O governo agirá nesse sentido, conforme as linhas submetidas à população na pugna eleitoral. A oposição discordará de muita coisa (perdeu a eleição com proposições de natureza distinta), embora possa apoiar umas tantas outras. Sem motivos para agressões mútuas ou atitudes intolerantes.

A oposição é necessária. No mínimo contribui para que os propósitos e as iniciativas do governo sejam melhor esclarecidas. E na medida em que paute sua ação pelo questionamento da essência do projeto político-administrativo ora hegemônico na cidade, estará contribuindo – pela sempre útil polêmica – para elevar o nível da disputa.

Porque é isso mesmo – uma disputa de projetos. Mesmo que aqui e acolá isso possa seja esmaecido por cobranças localizadas e críticas rasteiras e infundadas. A própria pauta legislativa, já no primeiro semestre, dará azo a que situação e oposição se debrucem sobre questões essenciais da vida na cidade, a partir mesmo do exame do PPA (Plano Plurianual) a ser apresentado pelo novo governo, da Lei Orçamentária e de matérias como a atualização da Lei de Uso e Ocupação do Solo.

Mais: hoje já não é possível tratar de questões como essas desconectadas do que acontece no país e no estado. Basta que se tenha como exemplo as repercussões da crise global sobre a economia e a gestão pública brasileira e suas implicações sobre o desenrolar do novo ciclo de crescimento que se inicia em Pernambuco e, por conseqüência, sobre o poder de fogo do poder executivo local.

Que venha o bom debate – para o bem da própria Câmara Municipal, que assim se fortalece; e para a elevação da consciência política dos habitantes da cidade.

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