12 janeiro 2011

A prosa poética de Virgínia Barros

Dezenove anos
Por Virgínia Barros, no Blog Entre tantos loucos e livres


Certa vez, aos meus 19 anos, voltando embriagada e incansável de uma noitada qualquer, me deparei com um desses momentos mágico que vira e mexe acontecem na vida da gente: ao descer do carro na calçada e aguardar o porteiro abrir o portão do prédio, encontrei no chão um pedaço de papel nojento onde estava escrito:

"Por enquanto cantamos
Somos belos, bêbados cometas
Sempre em bandos de quinze ou de vinte
Tomamos cerveja
E queremos carinho
E sonhamos sozinhos
E olhamos estrelas
Prevendo o futuro
Que não chega"

Nada mais apropriado. “É isso!”, pensei. E realmente era. Decidi dali em diante seguir ainda mais à risca o hedonismo presente naqueles versos. Segui. Senti. Cansei. E hoje, um pouco mais madura, curto essa saudade boa daqueles tempos de alegorias tantas.

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