Brasil uno e indivisível
Eduardo Bomfim, no Vermelho
O segundo turno da eleição presidencial que
elegeu Dilma Rousseff traz-nos algumas avaliações sobre a realidade política
nacional.
Em primeiro lugar foi uma vitória de grande porte, incontestável, com votos espalhados pelo território brasileiro, nos mais diversos extratos do eleitorado, com respaldo das grandes maiorias sociais protagonistas do processo de investimentos em políticas públicas nos últimos 12 anos.
Cresceu o nível de discussão ideológica, programática, sobre os rumos do País. Nesse processo tiveram papel decisivo o espírito de lucidez e a coragem da presidente da República no enfrentamento a toda sorte de armadilhas e provocações.
Durante a campanha, mesmo após o seu término, sugiram variadas demonstrações de ódio, intolerância, fobias, preconceitos que já se vinham expressando há alguns anos mas alcançaram o paroxismo após o resultado das urnas.
Os ataques contra os nordestinos, por exemplo, pela imensa votação recebida por Dilma na região é fato. Mas a presidente elegeu-se tanto com os votos maciços do Nordeste quanto do Sudeste, do Rio e Minas, onde conquistou apoio eleitoral majoritário, além do grande sufrágio no Sul, e Centro-Oeste. Ela foi eleita pela sua votação em todo o País.
As sementes de ódio e preconceito, não há dúvida, foram inoculadas em setores da população, aberta ou veladamente pela grande mídia hegemônica, cuja intenção foi, continua sendo, um golpe midiático.
A elevação da consciência das grandes maiorias fez com que o capital financeiro e a grande mídia apostassem numa campanha de desestabilização, incentivando restrito núcleo reacionário de antigos e novos atores, que não representam a grande maioria dos eleitores de Aécio. E objetivos para além das eleições.
A História mostra-nos ideias de inspiração separatista no País, como tem sido divulgado nas redes sociais, de fragmentação do tecido social, territorial, o butim das nossas riquezas. E sempre foram derrotadas.
A bem da verdade, a tese do Brasil dividido em dois é eleitoralmente, estatisticamente, politicamente falsa. Finalmente, o Brasil é uno, indivisível, tanto porque diz a Constituição, como pela vontade soberana, irredutível do povo brasileiro.
Passadas as eleições deve prevalecer o desarmamento dos espíritos, bom senso, legítima disputa democrática, a defesa da Nação.
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