09 maio 2017

Homem do Mercado

Macron: o soco que dói menos?
Pedro Caldas Ramos*, no Facebook

Terceira maior economia da Europa e consequentemente uma das maiores do Mundo, a França tem uma enorme força na política mundial e nos serve de termômetro para entender o que se discute no mundo. Por isso que as eleições, ocorridas ontem, estão sendo tão discutidas e recebem tanta importância.
Justamente por receber tanta importância temos que dobrar o cuidado com o que compartilhamos, escutamos e entendemos acerca desse tema. É fato que a EXTREMA-DIREITA perdeu, mas nos enganamos se dissermos que a DIREITA saiu derrotada desse processo. Mas como isso é possível se o eleito é de Centro? Antes de tocar nessa discussão ideológica precisamos entender duas coisinhas simples: quem é esse tal de Macron e quais as discussões que rolaram na eleição.
Taxado de “Centrista” Macron é cara jovem, apostou (e bem pra caramba) na ideia de renovação política, traiu o presidente impopular e o partido trabalhista (também impopular), do qual fez parte, para construir uma plataforma política bem simples e sem medidas diferentes do que já é adotado, ou seja, por mais que represente a “renovação política” sua plataforma é basicamente o liberalismo que conhecemos (e que vem dando errado).
Outro ponto é que essa não foi só uma eleição entre o extremo e normal. Foi uma eleição entre um Globalista e uma Protecionista, ou seja, Macron, crente no Deus Mercado, defendia a integração da França com o mundo e o Capital; Le Pen defendia o protecionismo e a saída da União Europeia. Quem saiu vitorioso desse embate não foi o melhor, mas o menos pior ou menos radical que conseguiu atingir a maior parte do eleitorado.
O Eleito é melhor que a derrotada já que não tem a Xenofobia e outros preconceitos na sua agenda, mas não foi uma vitória já que defende um pacote de reformas que não deram certo com o atual presidente e que correm o risco de não funcionarem no governo. Para que seu programa pelo menos ocorra precisará de apoio do Parlamento Direitoso Francês que certamente moverá a sua política à direita
Ou seja, Macron é o soco que dói menos, mas ainda assim é um soco.
*Estudante de Comunicação, Rádio e TV na UFPE
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