26 maio 2019

Povo endividado em tempo ruim


Quem deve e não pode pagar, teme
Luciano Siqueira 

As famílias estão cada vez mais endividadas. Em dezembro do ano passado, 278 mil correntistas renegociaram suas dívidas com bancos.
No SPC, a estimativa é de 62 milhões com suas contas no vermelho.
A Caixa Econômica Federal contabiliza cerca de três milhões de clientes em atraso e anuncia a chance de renegociarão dos débitos com até 90% de desconto do valor total.
Cidadãos comuns perdem o sono quando inadimplentes. Porque terão que pagar de um modo, agora ou num futuro incerto.
Diferente dos detentores das grandes fortunas que devem e pagam quando querem. Se for ao fisco, trapaceiam, pagam apenas uma parte, e nunca são devidamente cobrados.
Aos pequenos, não se aponta perspectiva nenhuma nas atuais condições de grave retração econômica.
Quando da posse de Jair Bolsonaro, as pesquisas registraram enorme expectativa positiva da maioria da população, envolvendo os que nele votaram e os que preferiram Fernando Haddad. 
É sempre assim, quando se inicia um novo governo.
Há a esperança de que algo positivo aconteça, embora no caso do capitão da reserva não se tenha tomado conhecimento dos seus planos de governo, que nem expôs nem se dispôs a debater publicamente.
O endividamento individual, e a retração do consumo funcionam agora como um dos fatores de inibição dos investimentos produtivos. 
No governo, tudo se faz em função de um ajuste fiscal endeusado como cerne da retomada do crescimento, falácia que não se sustenta em nenhum exemplo mundo afora.
E o dito superministro da Economia ameaça pedir demissão e se mudar para os EUA se a reforma da Previdência não for aprovada conforme seus intentos. 
E é crescente o número de eleitores do Bolsonaro, dizem as pesquisas, que associam o agravamento da crise econômica à incompetência do presidente da República. A realidade bate à porta.

Que não tem trabalho ou renda e quem deve e não pode pagar, teme.
Enfim, um caldo de cultura onde pode prosperar a tomada de consciência coletiva e se expandir a base popular do movimento oposicionista. 
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