28 maio 2019

Universidades policiadas?


Governo Bolsonaro volta a pedir atuação de policiais dentro das Universidades
Advocacia Geral da União diz que a universidade deve ser livre, “mas sem a prevalência de corrente de pensamento específica”
Jornal GGN
O governo de Jair Bolsonaro insiste na caça ao que chama de “doutrinação” e a liberdade de expressão dentro de Universidades. No ano passado, instituições de ensino de todo o país foram alvos de ações policiais por denúncias de campanhas políticas e o Supremo Tribunal Federal (STF) precisou barrar. Agora, a Advocacia-Geral da União (AGU) volta a pedir a liberação dos policiais dentro das universidades.
Em petição enviada 7 meses após a decisão unânime do Supremo, a AGU, que faz a defesa do governo federal, pede que sejam liberadas as operações de policiais dentro dos campi universitários de todo o país. A medida já havia sido barrada a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, depois que, em pelo menos nove estados brasileiros, policiais fizeram ações para fiscalizar as instituições.
A ministra relatora, Cármen Lúcia, também defendeu a liberdade de expressão dos espaços universitários e votou contra o uso policial para tal fim. A posição foi acompanhada por todo o plenário do Supremo, com os ministros criticando a tentativa de impedir propagação de ideologias ou pensamento, entendendo que as ações feriam a liberdade de alunos e professores.
Mas sete meses depois, a AGU apresenta novo parecer defendendo que a universidade deve ser livre, “mas sem a prevalência de corrente de pensamento específica” que “eventualmente, essa parcialidade possa interferir no processo eleitoral”.
No documento de mais de 30 páginas, a AGU ainda impõe: “permanece autorizada a discussão de ideias no âmbito das universidades, sempre com espaço para posições divergentes, desde que semelhante debate possua pertinência com as atividades acadêmicas e não se converta em autêntica propaganda eleitoral”.
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