Luciano Siqueira
Pergunto a Alice, minha neta de 7 anos, por que acordou mais tarde hoje:
- Porque ontem fui dormir muito tarde.
- Como assim?
- Adormeci à meia noite e 1 minuto.
Esse 1 minuto a mais, no entender dela, terá sido o marco do adormecimento tardio.
Ri da resposta. Mas depois me dei conta de que de fato 1 minuto a mais pode significar muito. Em inúmeros acontecimento da vida cotidiana.
Também na ciência. Nos processos de produção. Em viagens pelo espaço sideral, inclusive.
Em jogos olímpicos, então, segundos são decisivos.
Na comunicação digital, 1 minuto pode ser muito ou pouco.
Tenho sido solicitado a gravar depoimentos em reforço de candidaturas do PCdoB a vereador e a prefeito.
- Se possível, 1 minuto no máximo, tá?
Subentendo que devo gravar uma fala de menos de 1 minuto. E cuido de cumprir, disciplinadamente.
A dimensão do tempo se presta a todo tipo de abordagem. Inclusive com certo sentido “filosófico”, como faço no stories do Instagram instagram.com/lucianosiqueira65 na manhã de todas as segundas feiras.
Na militância clandestina, nos idos de 70, no sertão alagoano, o dia era uma eternidade. Aquela pasmaceira bem diferente para quem havia vivido os primeiros vinte anos na correria de uma grande cidade, como Luci e eu.
Olhávamos o relógio como quem deseja ver o tempo passar mais rápido.
Hoje, trabalhando ora em home office, ora “presencialmente”, olho o relógio como quem gostaria de atrasar a velocidade com que os segundos se sucedem. O tempo é curto para tudo.
Alice tem
razão: 1 minuto depois da meia noite é muito.
A leitura nossa de cada dia https://bit.ly/310BQuN
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