Patético e pusilânime
Luciano
Siqueira
www.lucianosiqueira.blogspot.com
Fui parlamentar três vezes: duas em âmbito estadual, uma no Recife. Incomparável a dimensão dos parlamentos locais e a Câmara dos Deputados e o Senado. Entretanto, guardadas as proporções, aqui e acolá registram-se conflitos e tensões de certa monta. Ânimos acirrados entre bancadas divergentes.
Uma regra elementar para o bom funcionamento da Casa é a postura da
presidência, capaz de coordenar o debate e o conflito de interesses, assim como
ânimos eventualmente acirrados, com equilíbrio e credibilidade.
Demais, minha tarefa militante condiciona o acompanhamento da cena
política nacional e da porfia parlamentar em particular.
Não me recordo de uma figura tão frágil e ridícula como o atual
presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos).
Óbvio que se elegeu fundamentalmente apoiado na maioria conservadora e de
direita, mas compromissado com todas as bancadas em conduzir os trabalhos com
equilíbrio e inarredável respeito ao Regimento e à Constituição.
Porém não cumpre. Comporta-se de modo errático diante das pressões da
extrema direita e dos experimentados caciques conservadores. Daí colocar em
pauta temas tão suspeitos quanto desgastantes, permitindo que se expresse com
toda a dureza a correlação de forças adversa ao campo popular e
progressista.
Patético e pusilânime, assemelha-se a um boneco inflável sujeito a
mudança de posição conforme sopre o vento. E o vento tem soprado
desavergonhadamente em favor da maioria contrária aos interesses fundamentais
da nação e à preservação da ordem democrática.
Seus raros lampejos de relativa independência — elemento essencial para
o exercício do cargo — não se sustentam por 24 horas.
Uma vergonha!
[Ilustração: Gilmar Fraga/Zero Hora]
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