Sinteticamente, os obstáculos acumulados ao longo do processo histórico do país,
agravados em decorrência dos três ciclos regressivos acima assinalados, são: a condição
de país dependente, semiperiférico, sob forte imposição do imperialismo; a dominância
do capital financeiro, do rentismo; o Estado a serviço da oligarquia financeira e
enfraquecido enquanto alavanca do desenvolvimento nacional; a reprimarização da
economia, a desindustrialização; a defasagem da inovação e tecnologia; crescente
desvalorização do trabalho, com a precarização e a informalidade em expansão, corte de
direitos previdenciários e trabalhistas, empregos de baixa remuneração; a enorme
desigualdade social e regional, as tensões no seio do povo decorrentes da opressão e
exploração de classe e gênero, exacerbação da misoginia, aumento do racismo, da
LGBTfobia, da intolerância religiosa; a democracia, política e social, sob ameaça da
extrema-direita e da oligarquia financeira.Para que se remova progressivamente tais obstáculos, é inadiável conceber e pôr em
ação um plano estratégico por mudanças estruturais. Estas é que podem tirar o país da
condição de um gigante de pés atados às amarras do neoliberalismo e do
neocolonialismo. Os/As comunistas irão empreender, a partir da convicção de que o
central é o desenvolvimento soberano do país, um movimento político e de ideias no
âmbito do arco político democrático, popular e patriótico, que resulte em suprir a grave
falta de um projeto de nação norteador da tarefa de se superar os obstáculos estruturais,
pois do contrário o país poderá sofrer graves retrocessos.
(Da Resolução Política do XVI Congresso do PCdoB “Vitória do Brasil em 2026. Mudanças para o desenvolvimento soberano”)
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