Um partido e sua história
Luciano Siqueira*
Todo partido tem sua história. Alguns, de vida curta e descortino limitado, nem história conseguiram ter, conforme se anota na trajetória institucional do nosso jovem país. A história do Partido Comunista do Brasil começou em 25 de maio de 1922. Um reduzido coletivo de nove delegados, representando grupos comunistas ainda incipientes de Porto Alegre, Recife, São Paulo, Cruzeiro (SP), Niterói e Rio de Janeiro (os de Santos e Juiz de Fora não puderam comparecer), realizaram a reunião de fundação na então capital da República.
Dentre os fundadores - operários, alfaiates, funcionários públicos - estava o pernambucano Cristiano Cordeiro.
O partido se inicia com 73 militantes. É registrado sob a denominação de Partido Comunista do Brasil, no livro 3 do Registro de Pessoas Jurídicas do Cartório do 1° Ofício do Rio de Janeiro. Desde então, foram oitenta e cinco anos de existência e de atividade ininterrupta. Sempre ao lado dos trabalhadores e das camadas populares. Uma trajetória de acertos e erros que lhe permitiu amadurecer e se renovar teórica e politicamente, de acordo com a evolução da realidade do Brasil e do mundo.
As fases mais ricas do partido acontecem após a cisão ocorrida entre fins dos anos 50 e início dos ano 60. Em 1962, a parcela dos comunistas, então minoritária, que se rebela contra a alteração do nome, do Programa e dos Estatutos de modo considerado arbitrário (porque não através de Congresso) e equivocado (porque mudava a sua substância teórico-ideológica e política), realiza uma Conferência Nacional Extraordinária e reorganiza o partido, conservando o nome de fundação e adotando a sigla PCdoB.
Daí em diante, apesar de duramente atingido pela repressão policial no período do regime militar, o PCdoB foi capaz de resistir e de se renovar, de modo que, desde a Anistia em 1977, emerge como corrente política a um só tempo revolucionária e partícipe da vida política nacional.
Hoje, aproxima-se da envergadura de partido porte médio, tem presença no Parlamento em suas diversas instâncias; integra o ministério do governo Lula; e exerce marcante influência nos movimentos sociais. Seu Programa Socialista traduz um pensamento teórico e político atualizado e original, em sintonia com as peculiaridades do Brasil e do nosso povo e o credencia a prosseguir acatado e respeitado por todas as correntes políticas, aliadas ou adversárias.
* Vice-Prefeito do Recife, membro da direção nacional do Partido Comunista do Brasil-PCdoB
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