13 abril 2007

DESTAQUE DO DIA

O PAC e a queixa de cada um

O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não é uma panacéia. Está focado em infra-estrutura, saneamento e habitação, não abarca todos os problemas da economia nem contém solução para os impasses de setores outros não incluídos no programa. Mas tem o dom de atrair a todos para o debate do desenvolvimento – cada qual com suas queixas e suas propostas.

Ontem, em Brasília, trabalhadores rurais e industriais se pronunciaram. Ambos os setores com argumentos válidos.


“A melhor alternativa para conter a queda do dólar, que prejudica as exportações e favorece as compras do exterior, é reduzir de forma rápida a diferença entre os juros praticados no Brasil e no resto do mundo”, analisa a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A CNI considera que já estão dadas condições macroeconômicas para a redução dos juros. As taxas de inflação atual e futura estão abaixo de 4% ao ano, número abaixo da meta estabelecida pelo Banco Central (BC) para este ano. O BC trabalha com a previsão de 4,5% para 2007 e 2008 como referência da política de juros.

Os industriais buscam um ambiente mais favorável aos investimentos produtivos.

A CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), por sua vez, reclama que a reforma agrária está fora do PAC. E encaminhou ao presidente da República uma pauta com 160 itens, incluindo metas de assentamento.

Nos primeiros quatro anos, o governo fixou como meta o assentamento de 400 mil famílias, e cumpriu 381 mil. Não há ainda um plano correspondente a 2007. A CONTAG reivindica o acesso à terra a 250 mil famílias por ano até 2010.

Trabalhadores rurais e empresários da indústria entram fundo no debate do desenvolvimento. Bom para o governo, bom para o Brasil.

2 comentários:

Anônimo disse...

Realmente o PAC mudou a pauta, agora o debate se concentra na questão do crescimento econômico e não apenas em controle inflacioinário, como antes. Esse é um dos pontos diferenciais entre Lula e FHC, só não vê que não quer.
Romualdo - Recife

Anônimo disse...

A CONTAG está coberta de razão, enquanto os industriais estão chorando de barriga cheia, é o que penso.
José Carlos