No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
A Hidra de Lerna
Há alguns anos, instituiu-se nos meios de comunicação a figura da mulher ou do homem do tempo. Informações importantes para os diversos segmentos produtivos do país, de uma região ou mesmo para o cidadão comum....
Com o avanço tecnológico, os satélites que cruzam a estratosfera do planeta, a divulgação sobre a tendência do comportamento do clima em uma semana ou mais, passou a ser fundamental à agricultura.
É igualmente útil para outros setores na indústria, comércio, turismo, defesa civil ou para o simples mortal que consegue saber antecipadamente se sairá de casa munido ou não de guarda-chuva e capa para enfrentar o cotidiano do trabalho.
No caso do cenário político brasileiro, torna-se dispensável tamanho aparato científico de última geração. Porque a instabilidade é permanente. A vulgarização da atividade política através de persistentes crises é sintoma de algo sério na República.
As conseqüências imediatas refletem na gestão da coisa pública, nas atividades administrativas, nas relações normais entre o governo, em suas tarefas indeclináveis de por em prática um programa aprovado pelas urnas, e o da vigilância, pela oposição, dos interesses da população.
Mas o desvirtuamento do processo político, alterou substancialmente aquilo que seria a condução característica da normalidade democrática em nosso país e o nível da própria atividade legislativa no Congresso Nacional, hoje rebaixado, repleto de escândalos, escaramuças e rasteiras de todos os tipos.
Assiste-se a um ciclo proposital, crônico, de desestabilização das instituições representativas da federação. Não se trata de aperfeiçoamento, depuração, correção de rumos, mas a sua debilitação extrema.
Criando obstáculos à normalidade da coisa pública, das tarefas legislativas, do judiciário, além dos Estados regionais.
Os segmentos conservadores subverteram conceitos antagônicos, trocaram a crítica pela crise, açodados pela mídia nacional retrógrada. Só admitem algum governo quando ligado aos interesses do grande capital. Outro governo, nem por engano.
A grande mídia nacional, como uma Hidra de Lerna, intenta submeter os poderes da República. Ela acusa, julga e condena. Às instâncias republicanas caberia unicamente referendar o veredicto já proferido.
É fundamental combater situações conspirativas contra o regime democrático.
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