Jornal do Commercio:
Mais provedores de internet, mais lojas de discos e DVDs, mais videolocadoras, e menos livrarias. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem o Suplemento de Cultura da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), que traça um perfil cultural das cidades brasileiras.
Os municípios com provedores de internet aumentaram 178% no período de sete anos. Estavam presentes em 16,4% dos municípios em 1999, primeiro ano da pesquisa, e atingiram 45,6% em 2006. O número de cidades onde há lojas de discos e DVDs cresceu 73,8% em relação ao mesmo período, chegando a 59,8% dos municípios.
Aqueles com videolocadoras aumentaram 28,3% – a presença foi ampliada para 82% das cidades. Também cresceram os municípios com museus (41,3%), teatros ou salas de espetáculos (54,7%) e bibliotecas públicas (16,8%). Mas houve queda de 15,5% do número de cidades com livrarias no mesmo período.
Isso não significa, para o IBGE, que esteja ocorrendo necessariamente redução da venda de livros, porque “o comércio se diversificou para bancas, supermercados e para a internet”.
Mas o ministro da Cultura, Gilberto Gil, afirmou que os resultados impressionam e têm um gosto amargo. “O índice de leitura no Brasil é baixo, assim como a edição de livros. Acreditamos que o hábito da leitura está migrando parcial e positivamente para a internet e outros meios eletrônicos”, disse.
As rádios comunitárias foram pesquisadas pela primeira vez no ano passado. Elas podem ser ouvidas em quase metade (48,6%) dos 5.564 municípios do País, superando as estações comerciais locais FM (em 34,3% das cidades) e AM (21,2%). A TV aberta ainda tem a maior cobertura, presente em 95,2% dos municípios, embora tenha ocorrido uma pequena redução em relação a 1999 (-3,2%).
O IBGE identificou 57,6 mil pessoas ocupadas na área cultural nos municípios. O número representa 1,3% do total de pessoal ocupado na administração municipal.
No País, apenas 4,2% dos municípios têm secretaria municipal exclusiva para a cultura, o que para o IBGE revela o “lugar ainda marginal do setor”. Uma “boa notícia”, segundo os pesquisadores, foi o nível de escolaridade dos titulares dos órgãos: 84,3% têm nível superior e, destes, 34,6% têm pós-graduação.
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