Uma região que revela suas potencialidades
Luciano Siqueira
Não é de agora que estudiosos afirmam que o Nordeste já não pode ser visto como região-problema; é preciso identificar, nela, pólos econômicos dinâmicos e, portanto, suas potencialidades.
Também já faz tempo que caducou o velho discurso das elites regionais que batiam na mesma tecla – o pedido de ajuda federal, se possível mediante transferência de recursos a fundo perdido, sem critérios consistentes para a sua aplicação. Atores econômicos imbuídos de espírito empreendedor e ajustados aos padrões competitivos modernos buscam oportunidades e condições de investir – como crédito menos oneroso e expansão do mercado interno.
Sob o governo Lula, as limitações da SUDENE restaurada têm sido compensados por uma política nacional de desenvolvimento regional. Decisões políticas do presidente têm possibilitado a abertura de um novo ciclo de oportunidades. Os empreendimentos industriais de ponta sediados no Complexo Portuário de Suape são exemplos emblemáticos.
Ocorre que os indicadores de desempenho da economia brasileira relativos ao primeiro trimestre deste ano confirmam essas assertivas. Capitaneada por Pernambuco, Ceará e Bahia, a região experimentou o crescimento do seu PIB em 2,2%, enquanto que o PIB do país retroagiu 1,46% no período.
Para espanto da mídia nacional, a exemplo do jornal paulista O Estado de São Paulo, que vem de publicar reportagem sobre o assunto. Segundo o Estadão – com base em dados analisados pela pernambucana Datamétrica - o Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco registrou alta de 3,8%; o de Ceará, 2,8%; e o da Bahia, 1,6%.
A análise considerou, além dos PIBs, variáveis de impostos estaduais e federais, comércio, produção industrial e movimentação bancária. Diz a matéria: “Naquelas em que o Brasil cresceu, o Nordeste avançou mais. Nas outras em que houve retração, os nordestinos tiveram quedas menores. E são esses mesmos indicadores que mostram que Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão não fizeram feio. A arrecadação do ICMS desse grupo subiu 7,3% nos últimos sete meses, enquanto no Nordeste houve um acréscimo de 3,87% e no Brasil, de apenas 1,66%. No mesmo período, o comércio deles avançou 5,4%, do Nordeste, 5,6%, e em todo o País, 4,6%.”
Em tempo de crise global e de agravos à economia brasileira, o Nordeste se sobressai como uma espécie de fortim anti-crise. Sinal de novos tempos e de boa colheita de decisões de governo corretas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário