15 fevereiro 2010

O sentido do crescimento econômico

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
O crescimento desejável

O País vem apresentando persistentes e elevados índices de crescimento ao longo dos últimos oito anos como resultado do cenário internacional favorável e da estratégia econômica do governo Lula, mesmo com a recente crise internacional.

O que implicou no redirecionamento conceitual do caráter do Estado em relação aos dois governos anteriores do presidente Fernando Henrique Cardoso, orientados pelas concepções nitidamente neoliberais baseadas na priorização absoluta do mercado e no desprezo pelo papel do Estado.

Resultando em orientações de desconstrução desse mesmo Estado em suas áreas fundamentais, na estagnação da economia e na paralisia quando não no retrocesso, em projetos de inclusão social.

Por isso, as próximas eleições em outubro serão de imensa importância para os rumos da nação porque o que estará em jogo será a definição de qual desses dois projetos o povo brasileiro irá consagrar nas urnas em três de outubro de 2010.

Portanto, será um pleito de conteúdo nitidamente plebiscitário em todos os âmbitos, seja estadual para o governo dos Estados e Assembléias Legislativas, para o Congresso Nacional com os deputados federais e senadores, como também à escolha do futuro presidente da República.

Acredito que o País não retrocederá às práticas já rejeitadas pelo próprio povo brasileiro e demonstradas como extremamente nocivas ao desenvolvimento econômico e à justiça social.

Principalmente quando é quase unânime a compreensão de que já se fez bastante nesses oito anos de governo Lula, mas que existe um imenso caminho a ser percorrido para que se possa dizer conscientemente que nesse Brasil a justiça social atingiu as amplas maiorias da sociedade.

Em nosso País ainda existem 28% de brasileiros na linha de pobreza absoluta e 10,05 % vegetando na faixa da pobreza extrema. Uma realidade que atinge a todos nós porque a miséria, mais que constranger, ela humilha a todos os cidadãos e cidadãs da nação.

E quando se fala em pobreza, seja ela relativa, absoluta ou extrema, diz-se que a dívida social, estrutural e histórica, é de todas a maior violência existente no País. Mais que isso, é a mãe de todas as outras violências que intranquilizam a sociedade.

Quanto ao crescimento e desenvolvimento econômico ele fica desprovido de todo o sentido se não estiver umbilicalmente associado ao bem estar e à dignidade de toda a sociedade brasileira.

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