08 abril 2010

Bom dia, Márcia Maia


carta de navegação

romper cadeias e escrever além dos códices
e dos modismos da vanguarda — além do cânone
ultrapassar a concisão do verso mínimo
compor sonetos no rigor de rima e métrica
tentando ingleses portugueses e simétricos
aventurar-se do insensato ao ultra-lúcido
do social ao pornográfico e ao lírico
e ainda ousar o verso livre e — sem metáforas
desembocar meio a haicais belos e herméticos
e retornar a esgrimir o econômico
minimalismo da palavra exposta ao máximo
usufruir a criação de modo ávido
na liberdade de dizer-se o que é legítimo
fiel apenas à poesia em si e à ética

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