Os americanos estão à beira do abismo?
Não estão, mas avançam nesse rumo. Com a crise, nos últimos quatro anos, o déficit do governo foi de mais de 1 trilhão de dólares anuais
O ano fiscal
dos EUA começa em outubro e termina em setembro do ano seguinte. A 30 de
setembro do ano passado foi fechado o orçamento fiscal do governo para 2012,
iniciado em 1º de outubro do ano anterior. Balanço, em números arredondados:
déficit de 1,1 trilhão de dólares, 3,5 trilhões de gastos e 2,4 trilhões de
receitas; apenas um pequeno avanço em relação aos megadéficits dos três anos
anteriores, de aproximadamente 1,3 trilhão de dólares cada um.
Como
consequência, o primeiro governo de Barack Obama (2009-2012) terminou com a
dívida bruta americana em 16,3 trilhões de dólares, mais de 60% superior à do
final do governo de seu antecessor, George W. Bush e próxima do limite legal
estabelecido para essa dívida pelo Congresso, de 16,4 trilhões de dólares. Pior:
os dois grandes partidos americanos, o Republicano e o Democrata, estão metidos
numa das suas mais acirradas disputas dos últimos tempos.
A campanha
eleitoral de 2012 foi realizada graças a uma trégua para os dois lados poderem
resolver suas divergências com as eleições. Os democratas tinham ganho a
Presidência e a maioria das duas casas legislativas federais – Câmara e Senado
– nas eleições de 1998. Mas perderam a mais importante, a da Câmara, em 2010.
E, no início de 2011, quando começou a discussão do Orçamento de 2012, os
republicanos ameaçaram não elevar o teto da dívida, então fixada em 15,3
trilhões de dólares para o final de 2011.
O debate sobre
a elevação ou não do teto da dívida americana ficou nas manchetes dos jornais
de todo o mundo por meses, entre o final do primeiro semestre e o início do
segundo semestre daquele ano. É um debate que vale a pena revisitar. A dívida
americana é muito grande, maior que o PIB do país. O déficit anual recente é,
evidentemente, insustentável: ficou entre 7% e 10% do PIB, quando um déficit de
3% é o limite a partir do qual o Fundo Monetário Internacional (FMI) começa a
dar palpites e quer intervir na economia dos países. Também é óbvio que os
americanos não conseguirão financiar sua dívida pagando tão pouco como
atualmente: cerca de 2% anuais para títulos com vencimento em dez ou mais anos.
Pode-se dizer
que a dívida americana está neste pedestal espetacular porque, de certa forma,
ela é o dinheiro global. Da atual população mundial de cerca de 7 bilhões,
pode-se dizer que 1 milésimo – 7 milhões – são milionários (tem poupança
financeira equivalente a 1 milhão de dólares). E um milésimo desse milésimo,
umas 700 pessoas, tem poupança financeira equivalente a 1 bilhão de dólares.
Leia a matéria
na íntegra http://migre.me/cM6SP
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