Por Augusto Buonicore,
no portal da Fundação Mauricio Grabois
A história passou a se constituir no grande
patrimônio do PCdoB. A disputa pela memória é parte integrante da luta
ideológica.
Aprendemos,
através dos clássicos do marxismo, que a luta de classes se desenvolve em três
níveis. Primeiro, o econômico, no qual os operários começam a sentir o que
representa a exploração que sofrem e agem para minimizá-la, através da luta por
aumento de salários, redução da jornada e conquista de direitos sociais.
Segundo, o político, no qual eles tomam consciência de que somente lutando e
conquistando o poder de Estado é que podem inverter a ordem das coisas e
iniciar o caminho que os levará à eliminação da opressão e exploração do
capital sobre o trabalho.
Por fim, o
terceiro nível, o ideológico ou da luta de ideias. Combater e vencer a
burguesia também, neste nível, é condição fundamental para que os trabalhadores
possam conquistar a hegemonia numa determinada sociedade. A luta ideológica é
permanente e percorre todas as estruturas da sociedade e, por isso, não pode
ser subestimada. Mas, o que isso tem a ver com o tema deste artigo: “PCdoB:
memória, história e ideologia”? Tem tudo a ver.
A disputa
pela memória é parte integrante da luta ideológica – ou seja, da luta no campo
das ideias, das representações e práticas sociais. Um povo ou uma classe sem
memória, sem uma identidade que se funde num determinado passado e num projeto
de futuro, estará sempre fragilizado diante de seus inimigos. As classes e
países dominantes, ao longo da história, buscaram sempre obscurecer e mesmo
apagar a memória e a identidade dos dominados. Como disse Marx: as ideias
dominantes são sempre – ou quase sempre – as ideias das classes dominantes.
Isto acontece, segundo Lênin, “pela simples razão de que, cronologicamente, a
ideologia burguesa é muito mais antiga que a ideologia socialista, está
completamente elaborada e possui meios de difusão infinitamente maiores”. Entre
esses meios (ou aparelhos ideológicos) se encontram a chamada grande imprensa
(jornais, revistas, rádios e TV), as escolas e certas igrejas.
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