16 março 2013

Tergiversar e dividir

Duas teclas da oposição
Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho www.vermelho.org.br e no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Se fôssemos julgar pelo que se veicula nos noticiários, o Brasil não teria governo – ou, dito de outra forma, o governo da presidenta Dilma estaria na lona, sob o efeito de golpes fulminantes dos adversários. Mas a realidade é outra, como atestam pesquisas de opinião que continuam conferindo à presidenta e à sua gestão índices de popularidade avantajados.

A discrepância não é de agora. Marcos Coimbra, do Instituto Vox Populi e colunista da Carta Capital, abordou o assunto mais de uma vez. Tanto em relação a Lula e seu governo, como agora em relação à Dilma. A grande mídia, que comanda o sistema de oposição, põe em pauta determinados temas que supõe possam influenciar a consciência e o comportamento dos brasileiros e os aborda de maneira distorcida e tendenciosa com o fito de desgastar o governo. Dispara a artilharia por semanas a fio, ou por meses, e em seguida busca captar os resultados de sua perfídia através de pesquisas. O desejo explícito é de que os números confirmem que o governo não é o que é na verdade e que o povo se revele presa fácil. Mas os números teimam em reforçar a liderança da presidenta e o apoio de larguíssima maioria.

Agora, a oposição midiática e seus coadjuvantes PSDB, PPS e Democratas, fazem de contas que erguem a bandeira do equilíbrio do pacto federativo como se Dilma estivesse empenhada em enfraquecê-lo e urdem toda sorte de manobra visando atrair forças do bloco governista com o objetivo de dividi-lo.

Exemplo emblemático é a falsa versão, plantada a partir da redação do “Estadão”, de que Dilma teria reduzido repasses de recursos federais para Pernambuco em represália às démarches do governador Eduardo Campos tendo em vista hipotética candidatura à presidência da República. Mas os fatos dizem o contrário.

Além disso, qualquer frase do governador é transcrita em tintas carregadas sugerindo que, de um palpite sobre o desempenho do Brasil na Copa das Confederações ao registro de dados sobre a economia local, tudo gira em torno de uma dissidência do PSB.

Pode até acontecer a candidatura de Eduardo e a separação do seu partido dos demais que constituem a atual coalizão governista. Temos praticamente um ano pela frente até que se inaugure a fase pré-eleitoral propriamente dita, que haverá de ser permeada por variáveis múltiplas, tais como o desempenho da economia e o grau de satisfação das parcelas do eleitorado classificadas por critérios mercadológicos como C, D e E.

Aliás, esses segmentos C, D e E conferiram a Lula a sua reeleição, em plena exploração do que se convencionou chamar de “mensalão”, gerando entre analistas de pesquisas eleitorais a “teoria do lago invertido”: já não são os segmentos A e B os “puxadores” de voto do eleitorado menos aquinhoado em grau de instrução formal e renda familiar; dá-se o contrário.

Assim, muita água ainda passará por debaixo das pontes do Brasil até que o verdadeiro cenário da disputa se desenhe. Enquanto isso, o governo Dilma opera com firmeza no sentido de destravar o crescimento econômico e na continuidade de políticas inclusivas, reforçando uma espécie de cinturão de defesa popular diante dos ataques e manobras da oposição midiática e dos partidos por ela pautados.

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