“PCdoB jamais teve apoio automático”
Débora Duque
Vice-prefeito do
Recife e uma das principais lideranças do PCdoB em Pernambuco, Luciano Siqueira
nega o “desconforto” do partido diante da possível candidatura presidencial do
governador Eduardo Campos (PSB). Como argumento, sustenta que a legenda permanece
como aliada estratégica tanto do PT como do PSB, mas alerta que o apoio à reeleição
da presidente Dilma Rousseff (PT) não está garantido. Ao mesmo tempo, Siqueira
não só demonstra compartilha das mesmas preocupações do governador sobre os
rumos da economia do País, como reconhece a legitimidade do projeto socialista.
JC - O PCdoB sempre foi
um aliado do PT e do PSB. Com a movimentação nacional do governador Eduardo
Campos (PSB), como fica o partido em relação à disputa presidencial de 2014?
LUCIANO SIQUEIRA – Não há problema, nem
dificuldade. O pleito para Presidência só será em 2014. O
PCdoB é aliado estratégico do PT e do PSB. Aliás, o PCdoB é o único partido que
marcha com todos desde 1989. E essa é uma decisão que não cabe a nós tomar, se
o PSB vai ter candidato ou não. Além do que é um assunto que só será discutido
no ano que vem. Não tem nenhuma razão para falar sobre isso agora.
JC – O PCdoB deve apoiar
a candidatura de Dilma à reeleição?
SIQUEIRA – Repito, a decisão será
tomada em 2014. O PCdoB não tem nenhuma razão para agir de outra forma. Vai
continuar a contribuir, como vem contribuindo para o êxito do governo. O fato
real e concreto é que a presidente Dilma governa o País, o PCdoB é aliado do PT
e faz parte do governo. Somos um interlocutor frequente da presidente Dilma. Está
de acordo com os rumos que o país vem tomando. Quanto às eleições do ano que
vem, tomaremos a decisão no momento apropriado.
JC – Então não há um
alinhamento automático à reeleição da presidente?
SIQUEIRA – Alinhamento automático
o PCdoB jamais teve em 91 anos de história. Agora, ao mesmo tempo, o partido
prima pela lealdade como uma regra de ouro na convivência
política.
JC – Existe a
possibilidade de o partido apoiar a candidatura do governador Eduardo Campos
(PSB)?
SIQUEIRA -O partido tem experiência
suficiente para só examinar as coisas quando elas de fato se
concretizam. Existe uma hipótese posta pelo PSB e não podemos interferir nesse
assunto. Agora, se você me pergunta, tanto eu acho que o PSB é um firme aliado
do governo Dilma como acho que é um direito que o partido tem de especular
sobre a hipótese de candidatura de Eduardo, e nós nos mantemos na posição de
aliado estratégico tanto do PT como do PSB. Não há nenhum desconforto. Estamos
muito mais voltados a ajudar que a economia volte a crescer num padrão correspondente
às necessidades da população. Quando Eduardo se manifesta em favor de um melhor
desempenho da economia, ele fala a mesma linguagem da presidente Dilma. Durante
todos esses anos, nós do PCdoB discutimos política macroeconômica, nível de
juros e isso jamais significou constrangimento para o governo.
JC – Por que não
havia nenhum representante do partido na visita que a presidente
Dilma Rousseff (PT) fez
à Serra Talhada na última segunda-feira (25)?SIQUEIRA – Foi uma questão de agenda. Estávamos todos na reunião do comitê central do partido, em São Paulo. Daqui de Pernambuco, foram seis companheiros. A deputada Luciana Santos, eu, o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, o secretário Marcelino Granja e o presidente estadual do partido, Alanir Cardoso.
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