Combate à corrupção sem reforma política?
Luciano Siqueira
Manobra diversionista é um artifício tático muito usado na
guerra - no enfrentamento de exércitos armados e na luta política convencional.
Faz-se muito alarde no norte, desviando a atenção do inimigo, para atacar no sul, em condições mais favoráveis.
A luta contra a corrupção no Brasil de hoje está palmilhada de manobras diversionistas. De sentido negativo, reacionário.
Começa com a espetacularmente rumorosa Operação Lava Jato, que se tem o dom de escancarar negociatas praticadas mediante conluio entre diretores e técnicos de alto nível da empresa e empreiteiras e prestadoras de serviço – existentes há mais de duas décadas -, dá azo a todo tipo de jogada com direcionamento certo – o PT e, mesmo forçando a barra, a presidenta Dilma.
Basta prestar atenção aos vazamentos “seletivos” (ocultando o comprometimento de políticos oposicionistas) e ao pouco caso da mídia quando são atingidos próceres direitistas, como o senador José Agripino, presidente nacional do DEM.
Por que não dar ampla divulgação aos males e ao mesmo tempo ao remédio para esses males?
Ora, fica cada vez mais evidente que na raiz da corrupção política está o financiamento de campanhas eleitorais por grupos empresariais privados.
O projeto de Lei de iniciativa popular que propõe uma reforma política democrática, liderado pela OAB e pela CNBB, com o apoio da UNE e de mais de 100 entidades e instituições democráticas, tem como um dos seus pilares extinguir esse mecanismo de financiamento.
A mídia hegemônica faz de conta que o projeto não existe.
O deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, cria nova Comissão Especial para tratar do assunto e tenta avançar a toque de caixa num arremedo de reforma, que mantém o financiamento empresarial de campanhas e anuncia meras perfumarias, como a proibição de reeleição para cargos executivos e quejandos.
Puro diversionismo!
A questão de fundo, que une partidos conservadores (tanto no campo da oposição como também alguns na coalizão governista) e o complexo midiático oposicionista é: para que extinguir o financiamento privado de campanhas, se este é e sempre será um instrumento de desigualdade de concorrência nos pleitos, favorecendo os grandes partidos e, ao mesmo tempo, fator de coação sobre detentores de mandatos parlamentares e executivos?
Mais do que hipocrisia e despiste, aí reside um elemento decisivo do combate ou não-combate à corrupção.
Leia mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Faz-se muito alarde no norte, desviando a atenção do inimigo, para atacar no sul, em condições mais favoráveis.
A luta contra a corrupção no Brasil de hoje está palmilhada de manobras diversionistas. De sentido negativo, reacionário.
Começa com a espetacularmente rumorosa Operação Lava Jato, que se tem o dom de escancarar negociatas praticadas mediante conluio entre diretores e técnicos de alto nível da empresa e empreiteiras e prestadoras de serviço – existentes há mais de duas décadas -, dá azo a todo tipo de jogada com direcionamento certo – o PT e, mesmo forçando a barra, a presidenta Dilma.
Basta prestar atenção aos vazamentos “seletivos” (ocultando o comprometimento de políticos oposicionistas) e ao pouco caso da mídia quando são atingidos próceres direitistas, como o senador José Agripino, presidente nacional do DEM.
Por que não dar ampla divulgação aos males e ao mesmo tempo ao remédio para esses males?
Ora, fica cada vez mais evidente que na raiz da corrupção política está o financiamento de campanhas eleitorais por grupos empresariais privados.
O projeto de Lei de iniciativa popular que propõe uma reforma política democrática, liderado pela OAB e pela CNBB, com o apoio da UNE e de mais de 100 entidades e instituições democráticas, tem como um dos seus pilares extinguir esse mecanismo de financiamento.
A mídia hegemônica faz de conta que o projeto não existe.
O deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, cria nova Comissão Especial para tratar do assunto e tenta avançar a toque de caixa num arremedo de reforma, que mantém o financiamento empresarial de campanhas e anuncia meras perfumarias, como a proibição de reeleição para cargos executivos e quejandos.
Puro diversionismo!
A questão de fundo, que une partidos conservadores (tanto no campo da oposição como também alguns na coalizão governista) e o complexo midiático oposicionista é: para que extinguir o financiamento privado de campanhas, se este é e sempre será um instrumento de desigualdade de concorrência nos pleitos, favorecendo os grandes partidos e, ao mesmo tempo, fator de coação sobre detentores de mandatos parlamentares e executivos?
Mais do que hipocrisia e despiste, aí reside um elemento decisivo do combate ou não-combate à corrupção.
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