Quem financia e quanto
custa a campanha de Bolsonaro no WhatsApp?
CartaCapital
Jornal
aponta que empresas compraram pacotes de disparo de mensagens para favorecer
candidato, prática irregular. Haddad vai acionar Polícia Federal e Justiça Eleitoral
À Justiça Eleitoral, Jair Bolsonaro, do
PSL, declarou ter recebido 2,5 milhões de reais em doações até o momento, menos
de um décimo do que Fernando Haddad, do PT, diz ter arrecadado. Uma reportagem
da Folha de S.Paulo indica que há bem mais recursos
à disposição do capitão reformado do Exército, que podem configurar crime
eleitoral se comprovados.
Segundo a apuração do jornal, empresas
estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no
WhatsApp e preparam uma grande operação na semana anterior ao segundo turno. A
prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela
legislação eleitoral, e não foi declarada em sua prestação de
contas.
De acordo com a reportagem, cada
contrato chega a 12 milhões de reais e, entre as empresas compradoras, está a
Havan. O proprietário da rede varejista, Luciano
Hang, foi recentemente proibido pela Justiça de coagir seus funcionários a votarem no
candidato do PSL.
As empresas apoiando o candidato teriam
comprado um serviço chamado "disparo em massa", usando a base de
usuários do próprio candidato ou bases vendidas por agências de estratégia
digital. Isso também é ilegal, pois a legislação eleitoral proíbe compra de
base de terceiros, só permitindo o uso das listas de apoiadores do próprio
candidato, com números cedidos de forma voluntária.
Quando usam bases de terceiros, essas agências oferecem segmentação por região geográfica e, às vezes, por renda. Enviam ao cliente relatórios de entrega contendo data, hora e conteúdo disparado.
Entre as agências prestando esse tipo de serviços estão a Quickmobile, a Yacows, Croc Services e SMS Market, segundo a Folha. Os preços variam de 0,08 a 0,12 reais por disparo de mensagem para a base própria do candidato e de 0,30 a 0,40 reais quando a base é fornecida pela agência.
Quando usam bases de terceiros, essas agências oferecem segmentação por região geográfica e, às vezes, por renda. Enviam ao cliente relatórios de entrega contendo data, hora e conteúdo disparado.
Entre as agências prestando esse tipo de serviços estão a Quickmobile, a Yacows, Croc Services e SMS Market, segundo a Folha. Os preços variam de 0,08 a 0,12 reais por disparo de mensagem para a base própria do candidato e de 0,30 a 0,40 reais quando a base é fornecida pela agência.
As bases de usuários muitas vezes são
fornecidas ilegalmente por empresas de cobrança ou por funcionários de empresas
telefônicas. Empresas investigadas pela reportagem afirmaram não poder aceitar
pedidos antes do dia 28 de outubro, data da eleição, afirmando ter serviços
enormes de disparos de WhatsApp na semana anterior ao segundo turno comprados
por empresas privadas.
Questionado pelo jornal se fez disparo em massa, Luciano Hang, dono da Havan, disse que não sabe "o que é isso". "Não temos essa necessidade. Fiz uma 'live' aqui agora. Não está impulsionada e já deu 1,3 milhão de pessoas. Qual é a necessidade de impulsionar? Digamos que eu tenha 2.000 amigos. Mando para meus amigos e viraliza."
Se o Tribunal Superior Eleitoral comprovar a prática, Bolsonaro pode ser alvo de um processo por abuso econômico, que tem potencial para levar à cassação da chapa.
Questionado pelo jornal se fez disparo em massa, Luciano Hang, dono da Havan, disse que não sabe "o que é isso". "Não temos essa necessidade. Fiz uma 'live' aqui agora. Não está impulsionada e já deu 1,3 milhão de pessoas. Qual é a necessidade de impulsionar? Digamos que eu tenha 2.000 amigos. Mando para meus amigos e viraliza."
Se o Tribunal Superior Eleitoral comprovar a prática, Bolsonaro pode ser alvo de um processo por abuso econômico, que tem potencial para levar à cassação da chapa.
Com a proibição das doações
empresariais de campanha, apenas pessoas físicas podem doar nestas eleições. A
exceção são as empresas que administram o financiamento coletivo dos
candidatos, a chamada "vaquinha online". Nesta modalidade, Bolsonaro
já recebeu mais de 2,1 milhões de reais, segundo sua prestação de contas.
Apenas empresas cadastradas para esse tipo de modalidade podem doar aos
candidatos.
É vedado às empresas fazer propaganda
política em sites oficiais ou mesmo impulsionar conteúdos contra ou a favor de
candidatos nas redes sociais. Recentemente, a Justiça Eleitoral mandou o Facebook remover uma propaganda anti-PT impulsionada
por um spa em Ilhabela, que defendia o voto em Bolsonaro e João Doria,
candidato ao governo paulista pelo PSDB.
Reação
Após a veiculação da reportagem
da Folha Fernando Haddad, candidato do PT, anunciou que
vai acionar a Polícia Federal e a Justiça
Eleitoral para impedir Bolsonaro "de agredir violentamente a democracia
como ele tem feito". Segundo o petista, fazer conluio com dinheiro de
caixa 2 para violar a vontade popular é crime. "Ele que foge dos debates,
não vai poder fugir da Justiça."
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