Quando a atitude militante pode ser decisiva
Luciano Siqueira, no portal Vermelho e no Blog do Renato
Pode parecer uma heresia apelar à ação militante — consciente, espontânea e aguerrida — em tempo de "inteligência artificial".
Mas não é.
Ao longo da História, concomitantemente com as descobertas científicas e a adoção de novas tecnologias, o discernimento e a vontade política se impuseram em inúmeras situações de conflito.
A guerra do Vietnã foi travada em condições absurdamente desiguais. De um lado, as forças armadas mais poderosas do mundo, munidas do que havia de mais sofisticado em máquinas mortíferas; de outro, um povo pobre, guerreando com armamentos tecnicamente inferiores, porém movido por uma sólida consciência nacional e pelo sonho de liberdade e imensa capacidade resistência e astúcia tática
As poderosas forças norte-americanas sofreram uma tremenda derrota, que até hoje afeta o moral e a autoconfiança desse gigante imperial.
No atual pleito presidencial, ocorre um absurdo e inesperado contraste entre uma candidatura nitidamente extremista de direita, brandindo palavras e atitudes em tudo dissonantes da tradição democrática e da boa índole do povo brasileiro, e que se aproxima do desenlace da peleja em vantagem numérica nas pesquisas.
Atribui-se em grande parte o avanço do capitão Bolsonaro ao uso de instrumentos da chamada inteligência artificial, contratados na mesma fonte dos que proporcionaram a vitória de Trump nos Estados Unidos.
Diferentemente de outras eleições, mais do que a TV e as ações de rua, emerge como fator determinante a verdadeira guerra baseada em bolhas instaladas nas redes sociais, destinadas a explorar os instintos mais primários em milhões de indivíduos atônitos diante de uma crise que não lhes parece ter solução.
No dia seguinte haverá muito o que debater, qualquer que seja o resultado do pleito. Inclusive os transtornos táticos do lado de cá, das forças democráticas e progressistas.
No dia seguinte, digo. Não agora, como alguns aliados atemorizados com o risco da derrota e movidos a ressentimentos em parte justificados , antecipam.
Numa série de palestras enfeixadas no volume "A estratégia e a tática dos comunistas russos", o controverso mas inegavelmente extraordinário estrategista Josef Stalin afirma que os méritos de uma opção tática muitas vezes só ficam claros algum tempo após o fim de uma batalha, seja ela vitoriosa ou não.
Que assim seja entre nós, nesse tempo bicudo em que poucos dias nos restam para o voto decisivo.
Agora, além do bom desempenho da propaganda de Haddad na TV e no rádio, e da melhora substancial — ainda que em posição de desigualdade — nas redes sociais, multiplicam-se país afora manifestações espontâneas de militantes e de cidadãos não organizados em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos fundamentais do povo.
As pessoas são tomadas dpor uma percepção aguda de que, nesta reta final, estabeleceu-se um nítido conflito entre o ódio versus o amor, a violência versus a paz.
As primeiras pesquisas do segundo turno, que indicam o alargamento da vantagem pro capitão Bolsonaro, repetem fenômenos semelhantes de outros pleitos. Nada está definido.
Luciano Siqueira, no portal Vermelho e no Blog do Renato
Pode parecer uma heresia apelar à ação militante — consciente, espontânea e aguerrida — em tempo de "inteligência artificial".
Mas não é.
Ao longo da História, concomitantemente com as descobertas científicas e a adoção de novas tecnologias, o discernimento e a vontade política se impuseram em inúmeras situações de conflito.
A guerra do Vietnã foi travada em condições absurdamente desiguais. De um lado, as forças armadas mais poderosas do mundo, munidas do que havia de mais sofisticado em máquinas mortíferas; de outro, um povo pobre, guerreando com armamentos tecnicamente inferiores, porém movido por uma sólida consciência nacional e pelo sonho de liberdade e imensa capacidade resistência e astúcia tática
As poderosas forças norte-americanas sofreram uma tremenda derrota, que até hoje afeta o moral e a autoconfiança desse gigante imperial.
No atual pleito presidencial, ocorre um absurdo e inesperado contraste entre uma candidatura nitidamente extremista de direita, brandindo palavras e atitudes em tudo dissonantes da tradição democrática e da boa índole do povo brasileiro, e que se aproxima do desenlace da peleja em vantagem numérica nas pesquisas.
Atribui-se em grande parte o avanço do capitão Bolsonaro ao uso de instrumentos da chamada inteligência artificial, contratados na mesma fonte dos que proporcionaram a vitória de Trump nos Estados Unidos.
Diferentemente de outras eleições, mais do que a TV e as ações de rua, emerge como fator determinante a verdadeira guerra baseada em bolhas instaladas nas redes sociais, destinadas a explorar os instintos mais primários em milhões de indivíduos atônitos diante de uma crise que não lhes parece ter solução.
No dia seguinte haverá muito o que debater, qualquer que seja o resultado do pleito. Inclusive os transtornos táticos do lado de cá, das forças democráticas e progressistas.
No dia seguinte, digo. Não agora, como alguns aliados atemorizados com o risco da derrota e movidos a ressentimentos em parte justificados , antecipam.
Numa série de palestras enfeixadas no volume "A estratégia e a tática dos comunistas russos", o controverso mas inegavelmente extraordinário estrategista Josef Stalin afirma que os méritos de uma opção tática muitas vezes só ficam claros algum tempo após o fim de uma batalha, seja ela vitoriosa ou não.
Que assim seja entre nós, nesse tempo bicudo em que poucos dias nos restam para o voto decisivo.
Agora, além do bom desempenho da propaganda de Haddad na TV e no rádio, e da melhora substancial — ainda que em posição de desigualdade — nas redes sociais, multiplicam-se país afora manifestações espontâneas de militantes e de cidadãos não organizados em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos fundamentais do povo.
As pessoas são tomadas dpor uma percepção aguda de que, nesta reta final, estabeleceu-se um nítido conflito entre o ódio versus o amor, a violência versus a paz.
As primeiras pesquisas do segundo turno, que indicam o alargamento da vantagem pro capitão Bolsonaro, repetem fenômenos semelhantes de outros pleitos. Nada está definido.
Há quatro anos, o tucano Aécio Neves, francamente favorito na última semana, chegou a preparar uma festa de arromba para acompanhar a apuração e celebrar o que lhe parecia a vitória.
No sábado e no próprio domingo, a eleição virou em favor de Dilma Rousseff.
Além disso, no ambiente de uma campanha tão agressiva e intimidatória, quantos brasileiros sondados por pesquisadores terão se inibido em declarar o voto contrário ao candidato da extrema direita?
Essa é uma variável impossível de ser medida agora, mas plausível.
Assim, resistir é preciso — e é a chave para vencer.
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