Alguém
precisa perguntar a Moro sobre constrangimento
Jornal GGN
Sergio Moro
aceitou o cargo de ministro da Justiça do governo Bolsonaro, nesta quinta (1º),
como se fosse um "jovem
recebendo um diploma". Emitiu uma nota oficial justificando
a escolha pessoal e afirmou nela que só irá se manifestar, novamente, em uma
futura coletiva de imprensa. Alguém precisa perguntar à estrela da Lava Jato,
na oportunidade, se ele não se sente constrangido.
Moro,
certa vez, disse à imprensa que o crime de caixa 2 é o pior que corrupção
passiva ou ativa, em sua opinião, pois se trata de uma violência à democracia.
Afirmou isso dentro do contexto da escalada contra o PT, que teria lançado mão
deste artifício para se perpetuar no comando do País.
Nem
uma palavra foi dita por Moro, entretanto, desde que a Folha de S. Paulo surgiu
com o escândalo do caixa 2 no WhatsApp. Por conta das suspeitas, a campanha de
Bolsonaro já é investigada e será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Moro, com seu ideal de implantar uma agenda anticorrupção e contra o crime
organizado, correu para a raia de Bolsonaro APESAR das suspeitas de caixa 2. A
investigação por caixa 2 não seria, no mínimo, um constrangimento?
Também
seria apesar dos ideais de Bolsonaro que o juiz que condenou Lula teria aderido
a um governo de extrema-direita?
Comentarista
da CBN em temas jurídicos, Wálter Maierovitch fez um comentário nesse sentido
em sua última participação na rádio, após Moro ter aceitado o Ministério da
Justiça e Segurança Pública. Ele indagou: "Como que você pode trabalhar
para uma pessoa dessa? Como pode ser subordinado de uma pessoa dessa
[Bolsonaro]? Será que ele [Bolsonaro] representa o Moro?"
E
explicou o que "representa" Bolsonaro: discurso de ódio contra
minorias, idolatria em relação ao regime militar e a torturadores como
Brilhante Ustra, planos de dar às polícias licença para matar, flerte forte com
a pena de morte e armamento da população. Ameaças de forçar exílio ou prisão de
opositores e críticos. Ataques à liberdades individuais e à imprensa.
Será
que isso tudo representa Moro? Nada disso nem o caixa 2 geram uma pontinha que
seja de constragimento? É um pergunta para o juiz responder.
Nas
redes sociais, a primeira-dama da Lava Jato, Rosângela Moro, já deu sua
opinião.
Depois
da vitória de Bolsonaro, ela escreveu no Instagram que estava "feliz"
porque o Brasil está "sob nova direção". No dia 26 de outubro,
publicou: "Eu não tenho medo de mudança. (...) Precisamos de liderança que
não faça loteamento de cargos. Pessoas certas nos lugares certos. (...) O que
cada um faz da sua vida privada e suas escolhas sexuais e religiosas não nos
dizem respeito. Eu poderia ir embora daqui, mas não quero. Eu quero mudança."
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