14 abril 2019

Vale tudo...


Nas finais estaduais, existe mais que um 'fato novo' ou superstição
Em um clássico mineiro, a grande atração foi o confronto, antes do jogo, entre pais de santo
Tostão, na Folha de S. Paulo

Hoje, é dia de clássicos em todo o Brasil. Tudo é incerto. Espero que sejam em paz, sem violência, dentro e fora de campo.
Quando menino, ia, com meu pai, ver os clássicos no Independência. Atlético e América era chamado de "Clássico das Multidões". Gostava de ficar na primeira fila da arquibancada, onde poderia ver tudo mais de perto.
Aos 16 anos, antes do Mineirão, já era titular do Cruzeiro e atuei em vários clássicos no Independência.
Em um deles, contra o Atlético, todos os jogadores foram expulsos, por causa de uma briga. Perdi o direito de ganhar o importante prêmio da época, o Belfort Duarte, para os atletas que não eram expulsos por dez anos. 
Poderia ter reivindicado, já que a expulsão foi coletiva. Moisés, do Vasco, dizia que "zagueiro que se preze não ganha o Belfort Duarte".
Em outro clássico no Independência, a grande atração foi o confronto, antes do jogo, em volta do campo, entre os pais de santo de Atlético e de Cruzeiro. Os torcedores deliravam com os pássaros que eram soltos e com a fumaça. Deu empate, entre os pais de santo e no jogo.
O Cruzeiro está bem melhor, mas o Atlético conta com o "fato novo", a troca do técnico. Mesmo que seja algo banal, é uma superstição que pode mexer com o emocional dos jogadores. 
Escrevi, em outra coluna, que Rodriguinho joga com a cabeça em pé, sem olhar para a bola. Isso, o tamanho da testa e o início de uma calvície me lembram de um jogador do Cruzeiro dos anos 1960. Quem seria?
No Rio, o Flamengo é melhor, porém o "fato novo" para o Vasco é que, segundo outra superstição do futebol, um time que goleia em um jogo costuma não marcar na partida seguinte. 
Com um modesto time, o Vasco é finalista do Estadual, ganhou a Taça Guanabara, continua na Copa do Brasil e, mesmo assim, o técnico Alberto Valentim é vaiado em todos os jogos. 
Ele pode ser bicampeão, já que ganhou o título pelo Botafogo, em 2018.
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