28 maio 2020

Contraditória e instigante


Os desafios para a cidade do Recife
Zanzul Alexandre*


Nossa cidade vive em constante mudança, temos as mulheres como maioria, porém ainda vivemos uma grave distorção de ações para que elas sejam protagonistas das mudanças e do desenvolvimento de nossa cidade. As mulheres hoje representam mais de 53% da população recifense, em números isso representa 114 mil mulheres a mais, em sua maioria vivem com menos de um salário mínimo. 
Porém essa não é uma realidade pertencente apenas a capital pernambucana, nosso país é um dos mais desiguais do mundo, tanto economicamente quanto socialmente. Voltando para o Recife o desafio da desigualdade social não está apenas nos números, está em cada esquina, quando paramos para pensar que apenas 26% da população vive em apartamentos e são nesses locais onde o saneamento, o acesso a água e calçamento são prioridade, enquanto as periferias da cidade sofrem com a violência, a falta de infraestrutura, iluminação, equipamentos de lazer e saúde. 
Quando nos debruçamos sobre a nossa cidade, vemos que 61% das moradias são localizadas em Comunidades de Interesse Social e são nelas que 53% da população da cidade sobrevive. 
A questão da qualidade de vida no Recife sempre foi um desafio, porém há iniciativas importantes que devem ser destacadas pela sociedade de um modo geral, apresento aqui o equipamento “multisocial” chamado Compaz, nele a sociedade tem acesso aos mais diversos serviços de lazer, cultura e acolhimento à mulher vítima de violência, atualmente existem três equipamentos como este espalhados pela cidade em locais onde há maior vulnerabilidade social. 
Além dessa iniciativa temos outras que envolvem os padrões urbanísticos e controle urbano e ambiental, como o Plano Local de Habitação de Interesse Social, onde o objetivo é atender as necessidades e demandas habitacionais da cidade até o ano de 2027. O Plano de Mobilidade do Recife que está em andamento e nele terão definições de estratégias para priorizar o transporte público e o não motorizado de maneira equilibrada em todo território. E por último, destaco o Projeto Parque Capibaribe que teve seu início e pretende compreender toda a margem do Rio Capibaribe como forma de integração da cidade com o rio, colocando o Recife como uma Cidade-Parque.
Além disso, não podemos esquecer que, a participação da população e a garantia e ampliação de direitos, poderemos ter uma cidade mais democrática que se faça pronta aos desafios, vindos a partir de uma ameaça antidemocrática concreta, com ares de fascismo e de retirada dos direitos dos trabalhadores, das mulheres e das minorias. 
Lutar por uma cidade democrática com a cara do nosso povo é abarcar os desafios, reconhecer as dificuldades, ser propositivo e também garantir que nas próximas eleições, possamos colocar uma bancada de vereadores e prefeito em sintonia com o compromisso democrático, a participação social e a defesa dos direitos da população. 
*Formada em Gestão de Turismo e pós-graduanda em Sustentabilidade Urbana pelo Instituto Federal de Pernambuco.

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2 comentários:

Unknown disse...

Texto de coerência que traz sua bagagem de problemas e tb de estratégias e alternativas na construção de uma Recife mais humana e democrática.

Anônimo disse...

Muito bem colocado! Excelente texto!!!