A INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO COMERCIAL BRASIL X CHINA NA
FORMAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS BRASILEIRAS
Roberto y Plá Trevas*
O Brasil nos
últimos anos tem apresentado um saldo positivo na sua Balança Comercial,
principalmente em função do crescente aumento do resultado comercial com a
República Popular da China.
Conforme
dados da Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, do Ministério da Economia, no
ano de 2019, o Brasil exportou US$ 224,00 bilhões e importou US$ 177,34
bilhões, obtendo um saldo da Balança Comercial de US$ 46,66 bilhões.
A República
Popular da China é o nosso principal parceiro comercial e, neste mesmo exercício
de 2019, o Brasil exportou para a China US$ 57,62 bilhões e importou US$ 32,66
bilhões, obtendo um superávit comercial de US$ 24.96 bilhões,representando
54,25 % do superávit comercial brasileiro.
A China em
2019 foi o principal destino das exportações brasileiras, 27.8 %, com uma
participação de cerca de duas vezes mais que a do segundo colocado, os Estados
Unidos, que receberam 13,1 % das exportações brasileiras.
A pauta das
exportações brasileiras para a China é composta basicamente de commodities, especificamente, soja,
minério de ferro, petróleo bruto, carne e aves, dentre outras.
Em face
desse superávit da nossa Balança Comercial, e sendo a China o nosso principal
parceiro comercial,a formação das reservas internacionais brasileiras são
decorrentes principalmente dos recursos financeiros advindos da corrente de
comércio internacional, onde a China tem uma importância fundamental, pois
conforme assinalado anteriormente, no ano de 2019, 54,25 % do saldo da balança
comercial, originou-se das relações comerciais Brasil x China.
Conforme
dados do Banco Central do Brasil, as reservas internacionais brasileiras que em
2017 apresentou um montante de US$ 381,97 bilhões, colocou o Brasil em sexto
lugar no ranking de países com reservas internacionais substanciais, vindo o
Brasil atrás da República Popular da China com US$ 3,202 trilhões, da Arábia
Saudita no 2º lugar com US$ 2,257 trilhões, do Japão no 3º lugar com US$ 1,254
trilhão, da Suíça em 4º lugar com US$ 619,55 bilhões e de Taiwan no 5º lugar
com US$ 419, 90 bilhões.
O resultado
excepcional obtido pelo Brasil nas transações internacionais, decorreu das
políticas econômicas-financeiras adotadas a partir de 2003, já no primeiro ano
do Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, até o ano de 2015 no início
do 2º Governo da Presidenta Dilma Rousseff, levando o nosso país a se consolidar
fortemente no cenário internacional, notadamente nas relações comerciais com a
China.
Em termos
comparativos, em 2002, o montante das reservas internacionais herdadas do Governo
Fernando Henrique era de US$ 36,2 bilhões, e de dezembro de 2003 a dezembro de
2016, nos Governos dos Presidentes Lula e Dilma, as reservas internacionais
atingiram o excepcional patamar de US$ 365,02 bilhões, advindos dos superávits,
obtidos ano a ano da Balança Comercial, a partir de 2003.
Em face do
exposto, podemos constatar que as atuais reservas internacionais brasileiras,proveniente
dos governos anteriormente citados, poderão ser um dos instrumentos de política
econômica de suma importância a serem utilizados, em associação com a emissão
de moeda pelo Tesouro Nacional, no sentido de proporcionar recursos financeiros,
destinados ao enfrentamento dos desequilíbrios econômicos-financeiros,
resultantes da atual pandemia do Covid 19 que o nosso país atravessa, sem
contudo colocar em risco o nosso lastro internacional e tão pouco provocar inflação.
*Roberto y Plá Trevas é engenheiro civil e cientista político. Foi
analista de projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –
BNDES, Gerente de Recursos Externos da Companhia Hidro Elétrica do São
Francisco – CHESF e Coordenador de Relações Internacionais das Prefeituras do
Recife e do Jaboatão dos Guararapes. Consultor de Empresas.
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