Teste de popularidade virtual
Luciano Siqueira
Muitas vezes ouvir falar de
personalidades que, de moto próprio, se submetem aos chamados testes de
popularidade.
Pelé, atleta mundialmente famoso,
quando já no fim da carreira foi jogar nos Estados Unidos cercado de grande
repercussão de mídia, fez caminhada pelas ruas de Nova York para conferir o
quanto seria notado por transeuntes.
Para quem fatura milhões com mechandising
até se compreende.
Outros fazem o teste movidos por pura
vaidade - ou por carência afetiva...
Aqui na minha modesta vida militante, há
alguns dias involuntariamente experimento uma situação parecida.
Meu velho iPhone parou de vez e,
segundo a assistência técnica, a placa se exauriu e não há como substituí-la.
Pois fiquei temporariamente incomunicável,
e depois de adquirir novo smartphone, agora do sistema operacional Android, a
par de um inquietante processo de aprendizagem no manuseio do aparelhinho,
dei-me conta do prejuízo de não ter feito backup dos dados armazenados no
iPhone.
Aqueles mais de 7 mil números de gente
conhecida e que tais se dissiparam totalmente!
O jeito é recompor minhas listas
pacientemente, na medida em que as pessoas voltem a se comunicar comigo.
É aí que reside o teste. E se muito
poucos ou quase ninguém me procurasse?
Agora fora da Prefeitura e sem nenhum
cargo público notório que possa sugerir alguma nesga de poder, bem que eu
poderia me sentir abandonado pelos antes frequentes interlocutores no WhatsApp.
Ainda bem que não.
Passados sete dias fatídicos, verifico
que uma parcela mais do que expressiva de amigas e amigos me procuram!
Para um cara como eu, que se nutre do
diálogo constante e das boas amizades, um alívio.
Porém com um contraponto: grupos
constituídos com fins definidos, e que por isso mesmo deles participo, seguem
contaminados pelo excesso de mensagens tipo “bom dia”, “boa noite”, “bom fim de
semana” e cards e vídeos de autoajuda e de teor freligioso.
Também uma exagerada porcentagem de
piadas sem graça e zueira entre torcedores de times rivais no futebol.
Mas, pelo sim, pelo não, cá estou
comemorando minha satisfação por não ter sido abandonado.
E viva a vida que segue – inclusive pelas
vias digitais...
.
Veja: A poética
ousada e cativante de Joana Côrtes https://bit.ly/3xdnKW8
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