25 abril 2021

Plano tático

Com três zagueiros, São Paulo dá condições para Daniel Alves e Reinaldo brilharem mais

O camisa 10 tem de jogar vindo de trás, para armar, ou pelo lado, como nas últimas partidas

Tostão, Folha de S. Paulo

 

O meio de semana foi repleto de jogos. Não dá para ver tudo, mesmo em quarentena. Invejo alguns analistas, que, ao mesmo tempo, veem mais de uma partida e, imediatamente após os jogos, fazem comentários detalhados de todos eles, com dados estatísticos. Será que eles veem em duas televisões, uma ao lado da outra, assistem a uma partida pela TV e outra pelo celular ou assistem a tudo em uma mesma TV, com divisão de imagens?

Tento evitar ser refém da tecnologia. Quando não é possível, algumas pessoas me salvam. Por outro lado, sou apaixonado pela ciência, pelo conhecimento. Nesta semana, assisti, na TV Cultura, no programa Roda Viva, a uma ótima entrevista com o indígena, ativista ambiental, escritor e filósofo Ailton Krenak. Ele disse que ciência e tecnologia são diferentes, que ciência é a produção de conhecimento, enquanto a tecnologia é o processamento e o desenvolvimento do conhecimento.

Futebol é ciência, tecnologia, disputa esportiva, entretenimento, história, cultura e negócio. Os europeus precisam encontrar uma solução, uma terceira via. Não pode ser a ganância da Superliga nem a estagnação da atual Liga dos Campeões.

Pela Libertadores, o Palmeiras, mais uma vez, ganhou, mas não agradou o torcedor. Muitos não querem apenas torcer, querem também um futebol melhor. As deficiências principais do Palmeiras não estão no desenho tático, na estratégia e muito menos na qualidade do elenco. Estão na aproximação dos jogadores para trocar passes, sem afobação, para chegar ao gol de uma maneira mais lenta ou mais rápida, de acordo com o momento. É o "football association", criado no fim dos anos 1800.

Se os torcedores do Palmeiras estão insatisfeitos, os do São Paulo estão felizes com o time e com o técnico Hernán Crespo. Ainda é cedo para euforia.

Crespo, em um jogo recente, escalou Daniel Alves de meia ofensivo, de costas para o gol, e percebeu que não era o lugar dele. Daniel tem de jogar vindo de trás, com a ampla visão do conjunto, para armar as jogadas, como fez no ano passado, ou pelo lado, como nas últimas partidas, como um armador, um ala, função que o consagrou no futebol.

formação do São Paulo, com três zagueiros, dá muito mais condições para Daniel Alves e Reinaldo brilharem ainda mais. Certa vez, o técnico Marcelo Bielsa, mestre de Pep Guardiola, disse que não entendia como a seleção brasileira não jogava com três zagueiros, já que tinha os dois melhores laterais apoiadores do mundo, Daniel Alves e Marcelo. Foi o que fez Felipão na Copa do Mundo de 2002, pois tinha, na época, Cafu e Roberto Carlos.

No Flamengo, mesmo quando o time ganha e atua bem, o torcedor critica Rogério Ceni, pois o time não joga tão bem como ocorria com o português Jorge Jesus. A dificuldade defensiva do Flamengo acontece por não recuperar a bola mais rapidamente, por deixar muitos espaços na defesa, já que a equipe atua muito no campo adversário, e porque Diego e Gerson se destacam mais pela armação do que pela marcação.

Flamengo, no Brasil, e Bayern, na Europa, são exceções na formação do meio-campo, pois não têm um volante centralizado e mais marcador, como Casemiro, no Real Madrid, Rodri, no Manchester City, e outros. Quase todas as grandes equipes europeias jogam com um trio no meio-campo, um volante, que marca e inicia as jogadas ofensivas com bons passes, e um armador de cada lado, que pode ser mais construtor ou mais ofensivo. Cada um faz de seu jeito.

formação do São Paulo, com três zagueiros, dá muito mais condições para Daniel Alves e Reinaldo brilharem ainda mais. Certa vez, o técnico Marcelo Bielsa, mestre de Pep Guardiola, disse que não entendia como a seleção brasileira não jogava com três zagueiros, já que tinha os dois melhores laterais apoiadores do mundo, Daniel Alves e Marcelo. Foi o que fez Felipão na Copa do Mundo de 2002, pois tinha, na época, Cafu e Roberto Carlos.

No Flamengo, mesmo quando o time ganha e atua bem, o torcedor critica Rogério Ceni, pois o time não joga tão bem como ocorria com o português Jorge Jesus. A dificuldade defensiva do Flamengo acontece por não recuperar a bola mais rapidamente, por deixar muitos espaços na defesa, já que a equipe atua muito no campo adversário, e porque Diego e Gerson se destacam mais pela armação do que pela marcação.

Flamengo, no Brasil, e Bayern, na Europa, são exceções na formação do meio-campo, pois não têm um volante centralizado e mais marcador, como Casemiro, no Real Madrid, Rodri, no Manchester City, e outros. Quase todas as grandes equipes europeias jogam com um trio no meio-campo, um volante, que marca e inicia as jogadas ofensivas com bons passes, e um armador de cada lado, que pode ser mais construtor ou mais ofensivo. Cada um faz de seu jeito.

.

Veja: Eu e você nas redes https://bit.ly/3mLkOvf

Nenhum comentário: