12 agosto 2006

A poesia guerreira de Marcelo Mário de Melo


(Com a permissão do autor para ilustrar seu belo poema com a bandeira vermelha da foto).

BANDEIRAS

A Lorena Araújo

As nossas bandeiras
devem estar sempre
içadas
inteiras
e limpas.

Bandeiras
sujas e rasgadas
somente
pela força dos ares
do suor
ou do sangue
das campanhas.

É preciso proteger
nossas bandeiras
contra os ratos
e o mofo
das gavetas.

As nossas bandeiras não são para ficar
o ano todo guardadas
expostas apenas
em dias de festa.

Elas devem tremular
sempre
no alto dos mastros
e nas nossas andanças
de todo dia.

Assim
passando de mão a mão
de geração a geraçãoa
s nossas bandeiras
irão ficando gastas.

E de tempos em tempos
nós as substituiremos
por outras iguais
]de panos novos.

E elas se olharão
como fazem
os avós e os netos.

E ficaremos todos satisfeitos
vendo as nossas bandeiras
renovadas
desfraldadas
inteiras
e limpas.

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