Este e o titulo de nossa coluna semanal no portal Vermelho (www.vermelho.org.br), atualizada desde ontem cedinho da madrugada. Veja o texto.
Em política, a gente costuma dizer que quando as coisas começam erradas é muito difícil consertá-las depois. Campanhas eleitorais são assim. Governos também.
O início do segundo governo Lula começou bem, embora com certo atraso, com o lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), semana passada. Mas corre o risco de se chamuscar atingido pelos estilhaços de uma batalha que ocorre no âmbito do Poder ao lado, a Câmara dos Deputados.
Não que o Executivo deva se imiscuir nas questões internas do Legislativo. Manda a Constituição que não o faça. Mas é inegável que, pela via das relações intra e interpartidárias, é possível realizar gestões que propiciem uma composição da Mesa diretora do Legislativo capaz de estabelecer uma relação harmoniosa e de mútuo respeito com a Presidência da República. Porque falharam os vasos comunicantes partidários, instaurou-se a peleja entre doIs candidatos da base governista, Aldo Rebelo (PCdoB) versus Arlindo Chinaglia (PT), com o deputado Gustavo Fruet (PSDB) correndo por fora, sem chances de vencer, porém com o peso de fiel da balança num provável segundo turno.
Qual o resultado desejável para a saúde do governo Lula – a vitória de Aldo ou a de Chinaglia?
A resposta está contida na concepção de governo ora em formatação. Para um governo de coalizão, nada melhor do que um equilíbrio nas relações entre os diversos partidos que o apóiam. Seria melhor Aldo na presidência da Câmara.
Para um governo nos moldes do primeiro, cujos espaços e postos de mando foram enfeixados quase que exclusivamente pelo PT, o presidente deveria ser Chinaglia – com todas as conseqüências negativas daí decorrentes, num instante da vida do país em que se faz absolutamente necessário unir amplas correntes políticas e forças sociais em torno da idéia do desenvolvimento.
Na verdade, qualquer que seja o resultado, o desenho da coalizão será afetado. As relações entre os partidos entre si e entre o PT e os demais e o presidente Lula não serão as de hoje. Mesmo que o partido do presidente alcance o objetivo de mantê-lo sob pressão, com Chinaglia no comando da Câmara, os que optaram pela candidatura de Aldo terão consolidado a formação de um bloco de resistência ao hegemonismo petista. E a possibilidade de relações interpartidárias mais saudáveis.
Assim, no mínimo ficará a lição de que a hegemonia não se exerce sobre si mesmo. Quanto mais ampla a coligação partidária, e mais equânimes e mutuamente respeitosas as relações entre os parceiros, mais saliente e valorizada a liderança do partido que reúne condições para cumprir esse papel, no caso, o próprio PT.
2 comentários:
PERDEMOS???
Ao encerrar do processo eleitoral para a Presidência da Câmara, o nosso bravo camarada Aldo perdeu a eleição por apenas 18 votos.
Não camaradas. Nada perdemos nesse processo. Muito pelo contrário, saímos fortalecidos.
Perdeu o PT, que mais uma vez mostrou ao Brasil a cara da sua prepotência.
Perderam os partidos de oposição. O PSDB terá que explicar a sociedade o "banco de feira" armado para negociar o apoio ao Chinaglia. O PMDB, esse coitado, vamos ver se daqui a 2 anos o PT cumpre esse acordo de "dança das cadeiras".
O PCdoB, sai de tudo isso mais forte. Mostrou que é um Partido de postura. De ética. De líderes fortes. A brava luta de trincheira desempenhada com louvor por Aldo, revelou ao País um novo líder.
Agora, é colher os frutos dessa nossa vitória e partir para a formação de um bloco onde não seremos meros coadjuvantes como quer o PT. Mas sim elemento chave. De agregação. De discussão. De quadros.
Viva ALDO REBELO, bravo e combativo camarada!
Viva o PCdoB!!
Gilberto Sobral
Grato por mais jum comentário seu. Faria apenas dois reparos: 1) não diria exatamente que o PT foi prepotente, mas que demonstrou maisuma vez uma concepção exclusivista de exercício da hegemonia e de convivência numa frente ampla; 2)mesmo perdendo, Aldo venceu política,sim; porém a vitória não apenas do PCdoB, mas de todos os partidos e parcelas de bancadas partidárias que marcharam com ele até o fim.
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