Lula e o PMDB
Segundo o noticiário, o presidente Lula vem dando mostras de impaciência diante da pressão do PMDB pela nomeação de ocupantes de cargos no segundo escalão no governo. Os peemedebistas estariam insinuando gestos de retaliação no Congresso, caso seus pleitos não sejam atendidos.
Por essa razão o presidente da República teria cobrado dos ministros peemedebistas a coesão partidária.
Cabe a pergunta: Lula estaria desconhecendo a natureza do novo aliado?
Ocorre que a conquista do PMDB como parceiro da governabilidade é um dos grandes méritos do presidente, tirante alguns exageros nas concessões feitas. Mas o presidente não pode desconhecer que esse partido – um dos mais fortes no Congresso, de tradição desenvolvimentista -, como todo partido de caráter centrista, oferece um apoio, digamos, pendular. Ora firme, ora oscilante conforme o tratamento que venha recebendo do governante.
Demais, a coesão desejada pelo presidente dificilmente os peemedebistas lhe podem oferecer, uma vez que o partido é um grande conglomerado de grupos locais, de diferentes matizes, não vocacionado para a unidade. Em Pernambuco, por exemplo, a agremiação se apresenta majoritariamente dissidente da atual orientação nacional.
Assim, o presidente terá que exercitar, no relacionamento com o PMDB, todo o jogo de cintura que adquiriu em sua longa e profícua militância política. Sem abrir mão dos seus compromissos essenciais assumidos na campanha de outubro.
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