Cerco sem aniquilamento
Abordado por muitos amigos – a maioria médicos – agora pela manhã no IMIP, onde estive para a cerimônia de inauguração do ambulatório, com a presença do presidente Lula, tive que responder a todos que me faziam a mesma pergunta de sempre: “Sua candidatura é pra valer?”
Na verdade, a pergunta invariavelmente é precedida de uma entusiasta declaração de apoio. Mais do que pergunta, é apelo para que permaneça candidato. – “O cerco é muito grande, não é?”, comentam.
Daí a imagem que venho compartilhando com amigos e apoiadores. A de uma campanha de “cerco e aniquilamento”, manobra militar destinada a vencer em definitivo a resistência do oponente, destruindo suas linhas de abastecimento, imobilizando-o num território restrito.
Mas nesse caso apenas a metade é real: o cerco; aniquilamento, jamais. Minha candidatura está sob cerco, isso é visível, ora explícito, ora velado – conforme o noticiário registra cotidianamente.
Porém não será aniquilada. Por algumas razões, dentre muitas.
Primeiro, porque é uma candidatura necessária ao conjunto das forças governistas no Recife, considerando a correlação de forças existente e a dimensão exata da batalha a ser enfrentada contra adversários potencialmente fortes.
Segundo, porque ela, a candidatura, não é fator de divisão; antes se presta a ampliar apoios eleitorais junto a segmentos do eleitorado que podem se inclinar a apoiar um dos adversários. Além de não dividir, minha candidatura só fortalece o nosso lado.
Além disso – conforme tenho esclarecido aos que me prestam solidariedade -, o que se propala pela imprensa não se sustenta na realidade. Por exemplo: uma suposta interferência do presidente Luta para remover a minha candidatura.
O presidente Lula não interfere em assuntos do PCdoB, partido ao qual pertenço. Ao contrário, Lula mantém com o nosso partido um relacionamento de alto nível, pautado pelo respeito mútuo e pela não ingerência em nossos assuntos.
Lula compreende muito bem que na multifacética e diversificada realidade brasileira, devem ser consideradas as circunstâncias locais quando se examinam a correlação de forças real e as alianças político-eleitorais. Por isso, sequer tem inferido sobre eventuais discrepâncias internas do partido a que pertence, o PT. Ele sabe da dificuldade de unir em cada mnicípio todos os onze ou doze partidos que o apóiam em plano federal, sobretudo onde o pleito ocorre em dois turnos.
Por isso, concluo: há o cerco, mas não haverá aniquilamento. Nossas linhas de abastecimento são amplas e diversificadas. Temos, eu e o meu partido, maturidade e experiência suficientes para enfrentar qualquer situação. Fomos curtidos através de longa trajetória de combates, muitas vezes travados em cenários adversos.
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