21 março 2008

A opinião pessoal de Sérgio Augusto

Do jornalista Sérgio Augusto da Silveira, enviado por e-mail:
LUCIANO SIQUEIRA PREPARA UMA BOA SURPRESA
Sérgio Augusto Silveira
sergioaugusto_s@yahoo.com.br

Mais do que qualquer outra razão, a definição da candidatura do vice-prefeito Luciano Siqueira à Prefeitura do Recife atende a um motivo incontornável, que é o atendimento à necessidade histórica de afirmação do octogenário Partido Comunista do Brasil. Não se trata, portanto, de ímpeto personalista do ex-deputado e dirigente comunista.

Pertence ao passado aquela tese pela qual seria indispensável a formação, desde já, de uma grande frente para chegar logo á vitória sobre os nomes mais bem aquinhoados em pesquisas eleitorais recentes, ou seja, o ex-governador Mendonça Filho, do DEM, e o deputado Carlos Cadoca, do PSC.

A tese da unidade já foi liquidada pelo baixíssimo e quase inexistente percentual obtido pelo candidato João da Costa, imposto pelo prefeito João Paulo. Sendo assim, para que o vice continuaria na invisibilidade da não candidatura?

Ao ver esse placar nas preferências pré-eleitorais, e, por certo, vendo-o parecido com alguma pesquisa que guardava na gaveta, Luciano Siqueira chegou à conclusão de que havia chegado a hora de seu partido subir ao palco com candidato próprio – por que não? Não lhe impressiona o argumento de que, divididas agora, as esquerdas entregarão de bandeja a vitória ao outro lado.

Outra coisa que define a aventurosa decisão do vice-prefeito do Recife é a orientação nacional do seu partido, o qual mostra-se hoje disposto a deixar de lado a fidelidade canina à velha aliança que sempre garantiu a unidade das esquerdas. A decisão do PCdoB é no sentido de ter, ao máximo possível, candidatos próprios às prefeituras pelo Brasil a fora.

Portanto, a decisão do dirigente comunista não está apenas balizada por motivos de província, embora ele, em suas manifestações, fale praticamente nada sobre tal orientação. Ele diz que prefere ir trabalhando em silêncio. É de se perguntar o que foi ou está sendo colhido por esse trabalho silencioso deste cidadão experiente e sobrevivente das prisões políticas da ditadura.

Vamos ver se as coisas continuam assim até a realização das convenções partidárias em junho próximo. De uma coisa todos estamos certos: se o PCdoB sempre se destacou pela sua coerência na preservação da unidade das esquerdas, portanto não é por um gesto de imaturidade ou mesquinha ambição o fato de ter decidido colocar no palco eleitoral a brilhante cabeça de Luciano Siqueira. Por certo teremos uma boa surpresa pela frente. Façam suas apostas.

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