15 julho 2009

Boa noite, Ana Cristina Cesar

Flores do mais

devagar escreva
uma primeira letra
escreva
nas imediações construídas
pelos furacões;
devagar meça
a primeira pássara
bisonha que riscar
o pano de boca
aberto
sobre os vendavais;
devagar imponha
o pulso
que melhor souber
sangrar sobre a faca
das marés;
devagar imprima
o primeiro
olhar
sobre o galope molhado
dos animais; devagar
peça mais
e mais e
mais

Um comentário:

Gerusa Leal disse...

Belíssimo e competentíssimo poema.
Abraço