Hegemonia, crime e alienação
O quarto encontro de cúpula das cinco grandes nações emergentes, os BRICS, realizado em Nova Delhi na Índia, representa muito mais que uma dessas reuniões quase burocráticas com que de vez em quando o mundo diplomático agracia a opinião pública brasileira e internacional.
Não é sem razão também que as grandes maiorias que compõem essa mesma opinião pública internacional e nacional observam com fastio ou indiferença o episódio.
Porque o grande complexo midiático hegemônico internacional associado e parte integrante do capital financeiro global, responsável e beneficiário da grande crise capitalista global iniciada em 2008, não está nem aí para a informação justa e imparcial, muito pelo contrário, o que ele realiza é a desinformação sobre os fatos, suas causas e consequências.
O papel do monopólio planetário da informação é absurdamente doloso aos Países e aos povos. Cientistas sociais de várias nações, inclusive entre as mais ricas, afirmam que a época das ditaduras das baionetas, prisões, torturas, censura à imprensa, aos jornalistas, estupro ao estado de direito, são coisas do passado, jurássicas.
Dizem eles que estamos sob uma governança global, um sistema autoritário bem mais eficiente, muito embora às vezes as coisas fujam do controle, como o que está ocorrendo com as rebeliões sociais na Europa conflagrada pela crise financeira geral.
Exatamente quando há mudanças geopolíticas globais em curso e grandes veredas para se constituir uma outra ordem mundial, possibilidades de a humanidade abrir espaços a uma nova alternativa de justiça social, superando a atual economia da fome, da miséria, da cultura da violência, do individualismo exacerbado, o assassinato do conceito da fraternidade humana, cujos responsáveis deveriam constar como réus em um novo tribunal de Nuremberg.
Sob a bandeira dos diretos humanos elogia-se uma nova corrida militar colonialista promovida através de um descomunal banho de sangue pela grande potência do planeta.
Ao mesmo tempo em que somos informados que em Londres um pinguim toma conta de um gato e da casa na ausência do proprietário, um parlamentar apologista da moralidade é amigo e beneficiário de um notório bandido e um casal torna-se vitorioso em um reality show depois de pisar no pescoço dos demais competidores. Essa criminosa cultura da alienação geral seria cômica se não fosse trágica.
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