28 abril 2012

Velho Mundo numa sinuca de bico

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Europa na encruzilhada


Todos nós sabemos que a política é um permanente jogo de movimentos. O que diferencia um partido situacionista de outro com objetivo transformador é a perspectiva. Um, atua tendo em vista o permanente movimento, o outro, peleja observando sempre o horizonte mais largo estabelecido em seu programa estratégico.

As atuais eleições na França são uma dessas batalhas em que se está decidindo algo mais que uma mera rotina institucional porque acontece em meio a uma crise econômica estrutural do capitalismo onde a busca por novos rumos para a Europa vem se defrontando com uma forte resistência de natureza conservadora.

Esse confronto se desenvolve por toda a União Europeia, mas atinge a sua dramaticidade em Países que são polos econômicos capitalistas mais desenvolvidos mesmo que a luta social esteja atingindo estágios radicais em elos mais débeis como são os casos de Portugal, Grécia, Espanha etc.

É fato inquestionável que os trabalhadores e demais segmentos sociais que compõem a Comunidade Europeia estão demonstrando sinais de que não estão mais suportando o peso da crise que estão jogando sobre as suas costas, um fardo resultante do intenso processo de concentração e centralização do capital financeiro internacional.

Mas os partidos no poder que sustentam as políticas neoliberais ortodoxas na Europa estão exaurindo as suas forças em consequência dos resultados econômicos e sociais negativos que atingem as mais variadas camadas assalariadas levando as nações a uma grave recessão.

Caso persistam as atuais orientações econômicas e institucionais as elites políticas francesas estarão investindo em um tremendo incêndio social e é óbvio que vai se esgotando, mesmo para o sistema, o papel de lideranças como Sarkozy.

Por outro lado a sociedade ainda não vislumbrou uma alternativa real e concreta aos atuais grupos dominantes mesmo com o soerguimento de uma esquerda mais aguerrida.
Já o Partido Socialista pelos seus antecedentes e o candidato Hollande representam infelizmente uma alternativa centrista, previsível e requentada possibilitando com isso alguma chance ao atual e medíocre presidente francês.

De qualquer maneira crescerá o voto útil contra Sarkozy no segundo turno das eleições e haverá um grande aumento da insubordinação social ao projeto neoliberal que vem sendo aplicado na França, com desdobramentos políticos para o resto do continente.

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