Luciano Siqueira
Publicado nos Blogs daFolha e da revista Algomais
Nesta sexta-feira, no Brasil e no mundo inteiro
celebra-se o Dia Internacional da Mulher com alegria e protesto. Há muito que
cotejar como conquista, mas vivemos ainda num mundo de desigualdades em que a
opressão de gênero assume múltiplas faces e continua fortemente entranhada nas
relações humanas. Tem força cultural e ideológica milenar.
Cabe otimismo. A luta pela igualdade alcança
progresso considerável – em fóruns internacionais, no âmbito institucional e na
vida cotidiana. Esse amigo de vocês, feminista convicto e militante, ergue o
punho e oferta uma rosa vermelha a cada uma das mulheres que alevanta sua voz
altiva para expressar o protesto e a conquista, a revolta e a esperança.
Ressalta-se neste 8 de Março, no Brasil, a bandeira
da maior participação da mulher nas esferas de poder político. Dilma é um
símbolo, representa um projeto político das forças democráticas que depositaram
suas esperanças na capacidade de uma mulher fazer avançar as transformações
iniciadas no governo do ex-presidente Lula e reforça o embate contra
preconceitos e discriminações.
O protagonismo das mulheres é fator decisivo para
alcançarmos um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento e para a edificação de
uma sociedade mais democrática, criando condições para que a mulher se realize
enquanto sujeito emancipado.
A opressão de gênero é irmã gêmea da exploração e
da opressão de classe que no capitalismo assume contornos tão nítidos quanto à
luz do dia. Uma não será historicamente superada sem a outra. Daí o
entrelaçamento entre a peleja por salários e direitos trabalhistas e a questão
de gênero, assim como a conquista do verdadeiro poder reclama mais e mais
presença feminina em postos de destaque na esfera pública.
Isso implica debate permanente acerca das raízes
culturais, ideológicas e econômicas da desigualdade e da opressão de gênero.
Dos primórdios da sociedade humana aos dias que correm. Pois é preciso
construir uma consciência coletiva avançada entre mulheres e homens, elemento
constitutivo do processo civilizatório. Pois – como assinala a canção – “Mas é
preciso ter força/É preciso ter raça/É preciso ter gana sempre/Quem traz no
corpo a marca/Maria, Maria/Mistura a dor e a alegria.”
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