Luciano Siqueira, no
portal Vermelho e no Blog de Jamildo
Debater é preciso. Sempre. Em especial em tempo de eleições
gerais, em que os destinos do país estão em causa.
Respirando ares democráticos, apesar de todas as
imperfeições e distorções de nossa frágil democracia, multiplicam-se as instâncias
de relacionamento entre as pessoas e de discussão de temas candentes. As redes
sociais, inclusive, ganham força a cada dia, aparentando dispensar o contato
direto, o diálogo presencial. Mas não é exatamente assim.
Vivemos agora no Recife, por algumas semanas, uma bela
experiência de construção coletiva das ideias. Às terças e quintas, na Galeria
Café Castro Alves, rolou uma “roda de conversa” que juntou em média 35 a 40
participantes, cabendo a mim o papel de mediador. Sempre uma discussão livre,
aberta, sem roteiro prévio e sem a obrigatoriedade de conclusões definitivas. A
palavra dada a cada um. Temas diversos: do combate à corrupção à reforma
política; da mobilidade urbana à capacidade de investimento público; da cultura
como expressão da alma de nossa gente e vetor de desenvolvimento econômico e da
inclusão social à importância estratégica da educação pública.
Também questões políticas e teóricas relacionadas com a
transformação da sociedade, as alianças eleitorais, a governabilidade, a
transição em curso no Brasil – do modelo neoliberal imperante na Era FHC a um
novo projeto de desenvolvimento nacional em formatação a partir dos governos
Lula e Dilma. Diferenças programáticas entre os principais concorrentes à
presidência da República – Dilma, Marina e Aécio.
Política, economia, história, arte, poesia – tudo deu samba.
Inclusive uma reflexão sobre a busca da felicidade: fazer o que é correto e prazeroso
como fator de felicidade pessoal e participar da luta política como caminho
para a felicidade coletiva.
Dos poucos mais de trezentos participantes – professores,
gestores públicos, estudantes, artistas, produtores culturais, pesquisadores,
trabalhadores, ativistas sociais -, mais de duzentos compareceram ao coquetel
de confraternização celebrado ontem, na Academia Pernambucana de Letras,
antecedido de um breve debate acerca da seguinte pergunta: A “roda de conversa”
deve continuar? Sim, foi a resposta uníssona, traduzida através de vários
depoimentos, alguns deles emocionados.
Vamos prosseguir após as eleições – agora como parte da
construção da seção local da Fundação Maurício Grabois, órgão de estudos e
debates do PCdoB.
Certamente será possível fazer ajustes para melhorar mais
ainda o bate-papo e isto será feito com a contribuição ativa dos participantes.
Ontem mesmo a professora Tereza França, da Universidade Federal de Pernambuco,
sugeriu que além do formato atual se faça também a “roda de conversa” itinerante,
indo a lugares onde se concentram pessoas interessadas no bom debate.
Para entrar na “roda de conversa” é só querer.
Leia mais sobre temas
da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Nenhum comentário:
Postar um comentário