12 novembro 2015

A hora e a vez da juventude

Manifesto por um punhado de sonhos

Texto para debate com amig@s de Melka Pinto
“Hoje, serena flutua, metade roubada ao mar, metade à imaginação, Pois é dos sonhos dos homens que uma cidade se inventa.” Carlos Pena Filho
Somos jovens que lutam por um mundo melhor todos os dias. Jovens há mais ou menos tempo. A nossa juventude é daquelas empolgada e renovada anualmente pelo batuque de cada carnaval que fervemos nas nossas terras recifenses. Temos a esperança e o sorriso estampado no rosto de cada recifense que batalha debaixo desse sol em busca de dias melhores. Somos daqueles e daquelas que enfrenta todas as suas dificuldades de peito aberto, e que faz desta terra uma das mais receptivas do país. Somos os e as que querem ver nascer um Recife novo e transformado.
É no Recife que vive a juventude que está entre as que mais morrem devido à violência no Brasil. Este é apenas o reflexo mais agudo da falta de políticas públicas de inclusão juvenil em todas as esferas: trabalho, saúde, educação, etc. O acesso ao primeiro emprego se dá de forma precária, com baixa qualidade e quase sempre, não correspondem aos anseios de um crescimento profissional e de carreira. A seletividade da abordagem policial infelizmente também é uma das marcas da vida – e da morte – da juventude em nossa cidade. Acontece que cuidar da juventude recifense não é importante apenas como fim em si mesmo, mas principalmente pela característica de futuro que oferecem as novas gerações. Para construir um Recife melhor, precisamos investir no futuro do Recife.
Infelizmente, na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, e hoje no Brasil existe um atentado contra os direitos da juventude, na contramão do futuro. O que hoje é pautado no congresso nacional é a redução da maioridade penal e encarcerar quem na verdade é vítima da violência.
A educação, apesar dos últimos avanços, como o ProUni Recife e o Passe-Livre, ainda não são o bastante para o acesso dos nossos jovens e essas ações ainda não garantem um ensino de qualidade em nossa cidade. Aqui estão localizadas algumas das melhores universidades do país, mas estas não encontram arcabouço completo ao seu redor para que haja aproveitamento pleno do conhecimento oferecido. Este, ainda se encontra elitizado e distante da realidade das periferias recifenses.
A lógica urbana do Recife sempre foi guiada pela concentração do capital. A história da nossa Veneza é marcada pela relação social e financeira em sua construção na época colonial, nas revoltas e também no erguimento do Recife “verticalizado” e de distribuição demográfica desorganizada. Desde sempre, e agora com muito mais agudeza tem-se um Recife que não para, o Recife só cresce, o de cima sobe e o de baixo desce. A interferência do poder econômico na distribuição urbana é autorizada principalmente pela sua ingerência na política. Empresários que financiam campanhas, campanhas que viram mandatos, mandatos que “beneficiam” empresas. Esse ciclo precisa ser quebrado.
Necessitamos que nosso transporte público seja no mínimo respeitoso com nossa gente. Nós hoje assistimos estudantes morrerem ao enfrentar o cotidiano nos ônibus em nossa cidade. Queremos de fato um Plano Municipal de Transporte à altura dos desafios de toda a população. Não podemos aceitar um transporte público que não seja gratuito, e ainda seja de tão péssima qualidade.
Sonhamos com uma nova política. Essa, enfadada pelos velhos hábitos e pelos sobrenomes repetidos não compactuam com o mundo que queremos construir. É através de projetos coletivos de verdade que mudaremos a nossa realidade.
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