Empréstimos do BNDES retornam em impostos, empregos e investimentos
Na Carta Capital
Em entrevista à BBC Brasil, o presidente do
BNDES, Luciano Coutinho, rebate as críticas do consórcio oposicionista sobre os
empréstimos do banco, apontando o retorno ao Tesouro em impostos, empregos e
investimentos.
“Os empréstimos de longo prazo do BNDES financiam investimentos que em
boa medida não ocorreriam na ausência desse crédito”, pontua ele, afirmando que
há “certo exagero” sobre o papel do BNDES na economia nacional. “A gente não
influencia 100% do investimento”, disse ele.
“O BNDES é um banco grande, poderoso, mas há um certo exagero. A gente
não influencia 100% do investimento. Há um pedaço grande feito por empresas
muito pequenas, ou relacionado a áreas com as quais temos pouco relacionamento,
ou porque são empresas em áreas mais difíceis, que não têm histórico (de
crédito)”, afirmou.
Sobre a transparência do banco, que a oposição gosta tanto de apontar
para justificar seu golpismo, o presidente do BNDES afirma que há restrições
legais para a divulgação de certas informações. “Muitas vezes pede-se acesso a
documentos internos do banco que revelam a intimidade do cliente, um problema
do cliente. Somos obrigados por lei a resguardar certas informações. Não
podemos opor sigilo aos órgãos de controle, à Justiça, mas para uma entidade
privada temos que ser cautelosos”, aponta ele, reforçando que como qualquer
banco, o BNDES está submetido às regras de sigilo estabelecidas por lei.
No entanto, os financiamentos do BNDES não são segredos de Estado. Desde
2008, todas as suas operações estão disponíveis na internet, incluindo a
descrição dos projetos e quem é empresa ou consórcio beneficiário, além de
informações sobre as condições de taxas de juros, de prazo de carência e quais
são as garantias exigidas pelo banco.
“A instituição tem todos esses resultados e colocou todas operações
disponíveis na internet. Existe muita fantasia a respeito de supostas
irregularidades do BNDES e nenhuma acusação concreta”, afirmou ele em
entrevista em junho.
Ele explica: “As empresas nos fornecem informações em confiança a respeito
de sua situação financeira e sobre sua estratégia de mercado e de negócios,
dizendo o porquê da escolha de determinado nicho ou linha de produto. Esse tipo
de informação que diz respeito à intimidade da empresa é protegido por lei
complementar que nos obriga a resguardá-lo. Portanto não é uma escolha nossa ou
de qualquer banco. Somos obrigados a preservar esse tipo de sigilo, da mesma
forma que todo cidadão brasileiro tem a proteção do seu sigilo financeiro. Não
se pode devassar contas bancárias a não ser que haja algum motivo que leve um
juiz, embasado por indícios de alguma irregularidade, a autorizá-la”.
Sobre a queda na demanda por crédito do banco este ano, por conta da
crise econômica, Coutinho afirma que o banco vai “virar o jogo um pouco mais
para a frente”.
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