Escalada autoritária
Eduardo
Bomfim, no portal Vermelho
Nos
tempos atuais o “Mercado” difunde através dos seus aparelhos midiáticos uma
saraivada de teses que logo parecem se tornar verdades inquestionáveis,
cláusulas pétreas. É a verdade dos potentados contra a dos outros, não importa
qual seja a realidade objetiva.
Já à constituição do país foram
impostas reformas não como resposta às janelas civilizacionais mas para atender
aos interesses da globalização da Nova Ordem mundial.
Durante a década de 90 essas
“reformas constitucionais” transformaram-se num verdadeiro festim de
privatizações das empresas patrimônios do Estado, da sociedade nacional.
E o pior, em sua maioria
vendidas com moedas podres, através de financiamentos públicos com juros
irrisórios, prazos a se perder de vista.
Tudo sob a justificativa do
suposto gigantismo do aparelho de Estado, a falsa ineficiência das empresas
estatais, a chantagem para o Brasil mergulhar de cabeça na era da “modernidade”
neoliberal.
Setores estratégicos ao
desenvolvimento do País foram vendidos a grupos internacionais, sócios nativos,
a preço de banana, vários com recursos públicos.
Como a neoliberalização e a
financeirizacão da economia estavam ainda incompletas, articulou-se o milionário
2o mandato de FHC com apoio da grande mídia hegemônica.
Os que se opuseram ao
neoliberalismo foram taxados como dinossauros, jurássicos. Boa parte dos nossos
problemas atuais advém desse período, muito embora deitem raízes em décadas de
crescimentos pífios ou insuficientes ao desenvolvimento incontornável.
Hoje, para além do óbvio combate
à corrupção, o que há na verdade é a pressão do capital financeiro para tomar
de assalto o poder, avançar sobre empresas estatais como a Petrobrás, solapar a
soberania nacional, privatizar riquezas naturais estratégicas, com ênfase para
a Amazônia, mudanças na legislação contra os diretos sociais dos assalariados,
engordar ainda mais os cofres do capital rentista.
Para que se posso superar a
atual crise política, econômica, a evidente escalada autoritária que irrompe
contra o país através de sucessivas crises institucionais articuladas via mídia
hegemônica, no afã de provocar a fratura nacional, ruptura constitucional,
torna-se vital retomar, na luta política concreta, os rumos de um projeto
nacional de desenvolvimento estratégico, democrático.
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