Plano emergencial
para a defesa da vida e da economia
Luciano Siqueira
O mundo inteiro ainda vive sem medicamentos efetivamente
eficazes contra a Covid-19 e sem a vacina.
Quando será o “pós-pandemia”?
Teremos uma nova vida “normal”?
E a economia se recuperará da catástrofe?
A última questão pesa sobre governos, empresas e, sobretudo a
população que sobrevive do próprio trabalho, formal ou informal.
A pandemia incide fortemente sobre a cena mundial,
que já enfrentava, antes, uma crise econômica e financeira sistêmica deflagrada
em 2008. Agudiza contradições e impasses e acirra conflitos internacionais.
Países são mais ou menos afetados conforme suas
realidades particulares.
O Brasil é duramente atingido em razão da
fragilidade da economia, que vinha em crise profunda, das desigualdades sociais
e da insensibilidade e inoperância do governo federal.
O Banco Mundial estima retração de 8% do PIB
brasileiro para este ano. Analistas de várias instituições chegam a admitir um percentual
mais severo, em torno de 10%. Metade da população economicamente ativa já está
desempregada, milhões de trabalhadores tiveram salários reduzidos,
principalmente na faixa dos que ganham de 1 a 2 salários mínimos.
As micro, pequenas e médias empresas – que
contribuem com a maior parte dos postos de trabalho –, estão praticamente abandonadas,
sem acesso ao crédito, sem o socorro do governo federal. Respondem por 71% das falências.
Dados referentes
a maio indicam que a indústria, no seu conjunto, permaneceu 21% abaixo
do nível de produção de fevereiro de 2020, enquanto 47% de seus parques
regionais ficaram em níveis ainda mais baixos, de acordo com o Instituto de
Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Frágeis lampejos de consumo têm se dado em razão
basicamente do auxilio emergencial, que o governo federal concede por decisão
do Congresso e retardou o quanto pôde.
Nessas circunstâncias, urge um plano emergencial em
defesa da vida, que fortaleça o sistema público de saúde e que possibilite
renda aos necessitados (prorrogando pelo menos até dezembro a ajuda emergencial
de R$ 600) e estimulem a economia nacional, socorrendo as micro, pequenas e
médias empresas, indispensáveis à geração de empregos.
E investimentos públicos que aqueçam a atividade
industrial.
Medidas que implicam esforço estatal, financiadas
pelo Banco Central a partir da compra de títulos do Tesouro, como vem
acontecendo mundo afora.
Mas tudo isso esbarra no fundamentalismo fiscalista
de Paulo Guedes e equipe, chancelado pelo presidente Bolsonaro.
A agenda do governo prioriza o rentismo, em
detrimento da produção e do consumo.
Um contraponto há de ser feito, através de uma
plataforma comum, pelos agrupamentos que se formam no sentido de uma ampla
frente de salvação nacional.
Agora, mais do que nunca, ao protesto e à crítica,
há que se somar um rol de proposições consistentes e viáveis. Salvar vidas e
recuperar a economia e o emprego se impõem.
Enfrentando
a tragédia nacional https://bit.ly/2CwMpND
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