17 fevereiro 2009

Bandeira de nossa poesia

Manuel Bandeira, 40 anos depois
Cyl Galindo*

. Importantes revelações sobre a personalidade do Poeta Manuel Bandeira, como o sentimento de pernambucanidade, o caráter humanista, o profundo conhecimento literário, os relacionamentos amorosos e até comportamento doméstico, foram feitas pelo seu amigo e escritor Cyl Gallindo, em depoimento exclusivo para a Revista Brasileira, da Academia Brasileira de Letras. Fase VII – Outubro – Novembro – Dezembro 2008 – Ano XV – No. 57.
. O convite do Acadêmico Antonio Carlos Secchin, da Comissão de Publicações da Academia, veio por intermédio da escritora Elvia Bezerra, pesquisadora de Literatura Brasileira e autora do livro A Trinca do Curvelo: Manuel Bandeira, Ribeiro Couto e Nise da Silveira, em colaboração com Monique Cordeiro Figueiredo Mendes, Coordenadora das Publicações da ABL.
. Inicialmente, Cyl Gallindo confessa que inúmeras pessoas, inclusive Carlos Drummond de Andrade, Waldemar Lopes, Plínio Doyle, sugeriram ou pediram-lhe para escrever sobre sua convivência com o autor de Itinerário de Pasárgada, e ele relutava. . Ao chegar o irrecusável convite da ABL, para memorar os 40 da morte do Poeta: 13-10-1968, membro da Academia de 1940, quando substituiu Luiz Guimarães Filho.
. Gallindo temia ser acusado de usar amizades para promoção pessoal. Livre do temor, ele relata sua mudança para o Rio de Janeiro, sua aproximação com o Poeta, que se deu porque ele “queria matar as saudades desse sotaque safado do Recife, que você o tem, bem genuíno”. Revela os cuidados que Bandeira mantinha para não transmitir a outrem sua tuberculose de que foi vítima; como era a vida dentro de casa, seu interesse pelas mulheres, de quem recebia visitas frequentemente; como foi apresentado a Jorge Amado e Guimarães Rosa. Os amigos que Bandeira cultivava no Recife, como Gilberto Freyre, Gilberto Osório, Mauro Mota, Stella Griz/Ascenso Ferreira, e muitos outros detalhes singulares constam nas 16 páginas de Revista, com seu artigo sob o título: LÁ FUI AMIGO DO REI.
. No mesmo volume da Revista, Marcos Vinícios Vilaça comemora os 110 anos da Academia Brasileira de Letras; João de Scantimburgo e Adriano Espíndola enfocam Guimarães Rosa, ao completar 100 do seu nascimento; Elvia Bezerra fala de Jayme Ovalle: o homem que conhecia “a temperatura da alma"; Arnaldo Niskier, de Liberdade de expressão, Ledo Ivo está com uma narrativa; Ivan Junqueira, Luiz de Miranda e Reynaldo Valinhos Alvarez publicam poesias e Anderson Braga Horta, praticamente fecha a publicação, com as traduções dos poemas de Rodolfo Alonso.
* Poeta e jornalista.

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