17 fevereiro 2009

Recifrevando com Jomard

LUNAS & RUPTURAS
Jomard Muniz de Britto

Poesia? Poetaria? Poemação?
Talvez seja a mais fácil e farta
das artes. Mas não é. Perigo.
Uma fatal atração pelas margens
dos rios aos desertos oceânicos.
Tudo pode nos conduzir ao cemitério de
Santo Amaro das Salinas: chuvas, porres,
lamas, buracos, flores dolosas, êxtases.
Talvez seja a mais nua e cruel
das expressões lírico-depressivas.
Mas ainda pode não ser. Em suspense.
Porque mariposas não são borboletas.
Desígnios e desejos não fraternizam
rebeldia e pueril ancestralidade. Cuidado.
Obsceno charme suicidando-se.
Canto de cisne sem auroras. Suspeitas.
Poesia no liquidificador dos pobres e
porosos empoderamentos. Lunas de fel.
Talvez seja uma voz rouca desencarnando
outra solidão tão lúcida por loucuras.
Mas não pode ser ofídio para burocratas.
Assim a morte enfrenta eternidades.

OUTRAS ESTRANHEZAS
Do veneno imaginário em gentilezas por
Lênin, Lenine, Lavigne, a Paulinha.
Zizek desatando nós de João do Morro.
Mas tudo é muito mais no Bloco do NADA:
dia 23, segunda de carná, à tarde no
Mercado da Boa Vista. Surpresas.
O aglutinador Carlos Fernando em ondas
e beijos pelas ASAS da (trans)AMÉRICA.
Banda CAETANO para trelosos no Marco O.
Bossa sempre nova de Aristides Guimarães
poetizando mesmices da folia oficiante.
Coca-ÍMÃ das ilusões infladas. Craques
sem futebol. Pau do índio desmatado.
Nossa cotidiana PSIcarnavalização.
Assim a morte encara finitudes.
Recifrevando, fevereiro de 2009.

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